sexta-feira, 21 de novembro de 2014

"Quem, eu?"

 "Quem, eu?" é um livro escrito por um neto, Fernando, que se dedicou a cuidar da avó, dona Nilza, portadora de Alzheimer. Eu já havia lido sobre eles no jornal, onde fiquei sabendo da página que Fernando criou no Facebook para a vó.
O Alzheimer, também conhecido por "o alemão", é uma doença degenerativa onde é afetada a memória recente, e as memórias antigas costumam ficar preservadas. Esta, é apenas uma das características desta doença, que leva muitos idosos a serem abandonados pela própria família, que precisa de muita paciência para lidar com ele e a doença.
E foi esta perda de memória recente, que nos levou a prestar mais atenção no sogro e levá-lo a uma consulta médica e a partir daí, estamos convivendo com o Alzheimer em casa.
As situações que nos levaram a marcar uma consulta para o sogro foram muito engraçadas, que se é um fato isolado, fica por isso mesmo, mas quando começa a se repetir, a gente se olha e se pergunta "peraí, ele tá tirando sarro da nossa cara, né?". Não, não tá! Parece piada mas é a doença!
Com a recente chegada do Alzheimer em nossas vidas, numa bela noite, Leonardo foi jantar com colegas de trabalho, justamente num restaurante onde estava acontecendo uma sessão de autógrafos do livro e saiu de lá com o livro e uma dedicatória muito interessante e verdadeira: "aventuras como as nossas, com nossos "filhos" nos traz aprendizados que nunca imaginamos ter. Sorria muito e mantenha o alto astral."
O livro mostra como Fernando conviveu com a vó e a doença, com bom humor e muito amor. Claro, que além de muita paciência, isto requer tempo, o que a maioria das famílias não tem hoje em dia. 
Quem nunca teve contato com esta doença, pode achar isso tudo um saco, mas quem teve ou tem algum conhecido, amigo ou familiar portador do Alzheimer, tenho certeza que vai adorar o livro, como eu gostei.
Trechos do livro que achei interessantes.
" A relação com minha avó também sofreu alterações a partir do momento em que passei a utilizar com ela a "terapia do bom humor", como costumo chamar. Alguns anos atrás, a forma correta de lidar com idosos com Alzheimer era trazê-los para a realidade. Hoje, sabe-se que o correto é entrar na realidade ficcional do idoso, e se é para fazer isso, que seja da forma mais descontraída possível."
E para manter o bom humor, nada melhor do que o vídeo abaixo.


"Nossa essência consiste em permitir que pessoas embarquem e desembarquem da nossa vida enquanto seguimos um determinado caminho. Alguns descem antes e outros ficam até o final da viagem, mas o nosso erro está em supervalorizar esses momentos de partida, e não a viagem em si.
Quando eu ficava por horas olhando minha vó tricotar na poltrona, eu já estava superando sua perda e nem sabia. Quando eu ia à padaria comprar aquilo que ela mais gostava para o lanche da tarde, eu estava superando a perda. Quando passávamos a tarde vestindo fraldas e rindo, eu estava superando a perda. No fim das contas, quando tudo aconteceu, eu já havia superado a sua perda. O que eu quero lhe dizer é: a vida junto com essas pessoas tem muito mais valor que o momento de suas partidas. Não é esse último segundo que define toda  jornada, é a forma como decidimos viver dentro desse relacionamento que define o quão bem ou mal ficaremos após sua partida."
Fernando Aguzzoli
Quem, eu? Uma avó. Um neto. Uma lição de vida.
Editora Belas Letras

4 comentários:

  1. Eu já tinha visto essa história no programa da Fátima Bernardes e achei a iniciativa desse rapaz incrível. Como seria bom se todas famílias tivessem um membro tão dedicado como este :)
    A minha vó teve alzheimer e minha mãe cuidou dela, de cama por 4 anos. Foi muito doloroso acompanhar o processo!
    Desejo tudo de bom para o seu sogro <3
    Bjs

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  2. Oi Tiane!

    Belo post, amiga!
    Infelizmente essa doença existe e tem sido constante na vida de muita gente.
    Eu mesma a temo, viu?
    Assisti alguns filmes muito bons cujo tema era o Mal de Alzheimer.
    Vou caçar os nomes e depois repasso a você, pois já esqueci.
    Tá vendo? Também faz tanto temmmpo...
    Sim, o bom humor é a melhor solução diante das tragédias da vida!
    Senão a gente pira...
    Muita saúde para o seu sogro!

    Bjksss a todos!

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  3. Oi Tiane, é a Vi, acho que falta informação, e por falta dela as pessoas não sabem lidar com a doença.
    Outra coisa que acho que atrapalha, é que nossa cultura ocidental que despreza os idosos, imagine um idoso doente então?
    Que nessa caminhada com seu sogro, você seja fortalecida pela fé.
    Beijos,Vi

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  4. Tiane,

    Meu tio teve essa doença, e não foi fácil pra minha tia cuidar dele.
    Nem sempre, a família tem paciência, ainda mais nos dias de hoje.
    Tenho uma amiga aqui, que o esposo dela também tem. Ela é chinesa, e cuidou dele por mais de um ano. Só que os filhos, já bem adultos do primeiro casamento, optaram por colocá-lo numa casa de repouso. Mas, na cultura daqui, isso é normal, e as casas de repousos são muito bem equipadas. Eles recebem tratamento de primeira. Ela, por ser chinesa, sofreu muito com isso. Na cultura dela, jamais se tomaria uma atitude dessas. Enfim, ele continua lá, mas muito bem cuidado. Ela, vai quase todos os dias, e trás pra casa nos finais de semana.
    Eu desejo que Deus dê força pra você e seu esposo, para lidarem com isso.
    Amei o livro e essa história. Se você tiver, envie-me o link do blog dele. Quero ler mais sobre o assunto, para poder ajudar minha amiga, e outros casos.
    Beijos

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