domingo, 31 de julho de 2011

Imagens de julho

Bichos


Gatos se aquecendo no inverno.


Joãzinho.

Acima, foto do Migalha (cão da direita) em maio. E abaixo, foto do Migalha em julho. Dá pra notar a diferença?




Tombinho assistindo o jogo do Brasil... eu disse pra ele que era melhor torcer para o Uruguai...

Tombinho tombado no carro.


Pinheirinho, para o Érico matar as saudades dele.



Orquídea


Três ângulos da orquídea que floresceu lá em casa, pela primeira vez.




Tombinho e o inverno.


Mariazinha, Tombinho e as cobertas.


Tombinho e a roupinha que tricotei para ele. Acho que ficou pequena...


Mariazinha e o fogão à lenha.


Geada na grama.




Comidinha da sogra.





Rosca de polvilho quentinha, feita por mim!

Tava uma delícia!

quarta-feira, 27 de julho de 2011

Remada de Inverno (22, 23 e 24 de julho de 2011)

"Nada como um dia frio de inverno para passar o dia na água..."

Estas foram as minhas primeiras palavras no primeiro dia da Remada de Inverno, idealizada pelo meu namorado, Leonardo, e apoiada por mais um bando de malucos que adora passar horas dentro de um caiaque, molhando pés e mãos e mais algumas coisas, não importando a temperatura do ar e da água.
A ideia da remada era sair da Lagoa do Peixoto, em Osório, passando pelo canal que liga até a Lagoa da Pinguela, Lagoa do Palmital, Lagoa das Malvas, canal João Pedro, chegando na Lagoa dos Quadros, onde acamparíamos embaixo das figueiras. No domingo seria uma remada curta pela Lagoa dos Quadros até a foz do rio Maquiné e pelo rio, até o Recanto.

Para evitar a ida de carro até Osório e tornar a remada mais "emocionante", Leonardo sugeriu que saíssemos remando já de Maquiné, fazendo todo este percurso até Osório. Eu e o pai dele, Egon, aceitamos o desafio, chegamos no recanto na quinta de tarde, dormimos lá e na sexta de manhã, começamos a remada de inverno saindo do braço morto do rio Maquiné. Havia chovido muito nos últimos dias e o braço morto do rio Maquiné, o rio Maquiné e a Lagoa dos Quadros eram, praticamente, uma coisa só. Era muita água!

Água onde era terra.
Normalmente, caminhamos na grama onde tem água agora.

O pátio do vizinho virou uma lagoa.

Meu sogro, "seu" Egon, Leonardo e a janta de quinta e almoço de sexta: pastéis.

Amanhecer no Recanto.

Preparativos para a remada e um belo dia começando.



Xirú, nosso querido vizinho.

Levando os caiaques para a água.

E entrando na água!





Leonardo e Egon.

Chegando na balsa e na Lagoa dos Quadros.

Além da dor de garganta que me acompanhava e do frio, pois sou muito friorenta, meu medo era das ondas nas lagoas, onde remaríamos a maior parte do tempo. Seriam dois canais e todo o resto, lagoas.

Para a minha agradável surpresa, não haviam ondas na Lagoa dos Quadros, foi uma remada muito gostosa e tranquila, um passeio!

Na outra vez em que remamos ali, tinha visto duas adoráveis casinhas à beira da lagoa e remei, desta vez, procurando por elas, mas só achei uma, que é um sonho!

Um pouco antes de chegar na casinha, percebemos vários cães brincando na beira da lagoa. Eles nos viram, começaram a latir e a nos acompanhar por terra, até um trapiche. Fui ao encontro deles para cumprimentá-los.

Fiz carinho em alguns focinhos mais corajosos, outros acharam melhor manter uma certa distância daquela coisa estranha que estava dentro da água, e ficaram latindo, prontos para dar o pinote, se fosse preciso.



Passamos pelas figueiras onde pretendíamos acampar na noite seguinte. Elas estavam praticamente dentro d'água. Quando acampamos ali no final do ano passado, havia uma boa faixa de areia antes de chegar nas figueiras. Já fiquei em dúvida se conseguiríamos acampar ali de novo.

Seguimos costeando a lagoa até chegar no canal João Pedro, que liga a Lagoa dos Quadros à Lagoa das Malvas. Eu estava feliz porque a remada na lagoa dos Quadros havia sido tranquila e achei que minha felicidade duraria por todo o canal...triste ilusão! Ao entrar no canal nos deparamos com uma forte correnteza e vento contra. Ainda pensei "deve ser só no comecinho do canal, depois estaremos protegidos".

Antes da ponte, na entrada do canal, fizemos um rápido pit-stop para abastecimento. Lanchamos e voltamos para a água antes de esfriar o corpo.

Passamos pela ponte, mais algumas remadas e o canal desapareceu! Virou uma imensa lagoa! Onde eu achava que remaria com tranquilidade foi o pior techo da remada de inverno. Era a minha primeira grande remada com o Tubarão Clandestino e não consegui manobrá-lo bem na correnteza, que levava o Tubarão para o meio dos juncos. O vento também não ajudava, formando ondas em pleno canal. Fiquei muito irritada com aquelas condições. Não gosto quando não tenho o controle da situação dentro da água e nestas horas fico com medo e mau humorada. Sei que tenho que controlar esse medo, mas não consegui fazer isso ainda.

Chegando na Lagoa das Malvas, estas condições pioraram.

Leonardo deu as coordenadas e seguimos enfrentando as ondas, agora maiores, em direção a margem onde estaríamos mais protegidos.

À medida em que nos aproximávamos da costa, as ondas foram diminuindo e, finalmente chegamos na margem protegida, onde encontramos um canalzinho de uma bela propriedade. Haviam duas pessoas por ali, pedimos permissão para desembarcar e fazer o lanche/almoço. Um deles conversou conosco, foi bastante receptivo, o que é difícil de acontecer hoje em dia.

Almoço e descanso.

Depois dos ânimos acalmados e lombrigas alimentadas, agradecemos a acolhida e voltamos a remar nas águas da Lagoa das Malvas em direção a Lagoa do Palmital. A remada foi mais tranquila do que esperávamos, pois havíamos nos preparado para enfrentar ondas na Lagoa do Palmital, mas o vento havia diminuído e a remada foi mais agradável.

Egon e o "Lagarantíasoyyo" na Lagoa do Palmital.

Leonardo, o "Ilegal" e a Lagoa do Palmital.







Entre as Lagoas do Palmital e Pinguela existe uma ponta de terra onde costumamos parar, mas esta ponta de terra estava totalmente debaixo d'água.



Ovelha mãe e ovelhinha negra.


Não tirei nenhuma foto no canal João Pedro e na Lagoa das Malvas onde as condições estavam desfavoráveis. Na Lagoa do Palmital e começo da Lagoa da Pinguela consegui fazer alguns registros, pois a remada estava como eu gosto, bem tranquila! Do meio da Pinguela em diante, o cansaço me pegou e o Leonardo acabou me rebocando em boa parte da Lagoa e do meio do canal até a Lagoa do Peixoto, em Osório, onde chegamos no comecinho da noite. Montamos acampamento no Parque Municipal, ligeirinho, pois o frio estava chegando com o vento e com a fome. O cansaço já tinha chegado bem antes...dormi como uma pedra!

Marcio, que mora em Osório, veio nos visitar rapidamente.

Foram 37km remados no dia, remamos em um dia o que era para remar em dois.




Segundo dia


Fomos acordados pelo Germano, Fernando Bueno e o Quindim Precioso, que estava em Osório aguardando o Fernando.

Em seguida, o restante dos malucos foram chegando: Marcio e Pardal, de Osório, e Rogério e Fernando, de Torres.
Arrumando as tralhas para mais um dia de remada.

A água estava calma na Lagoa do Peixoto, mas sabíamos que após o canal, a coisa mudaria de figura.
Eu, Leonardo e Egon remaríamos parte do trajeto que havíamos feito no dia anterior, até as figueiras da Lagoa dos Quadros, onde pretendíamos acampar.

Após o canal, na Lagoa da Pinguela, fizemos uma breve parada para descansar um pouco, pois a remada estava puxada com as ondas e ventos contra. Por conta disso, o grupo se dispersou e eu resolvi fazer uma "piadinha". Remávamos por último, eu, Egon e Germano, que vinham numa prosa animada. Apesar de não conseguir chamar meu sogro de Egon, como é o desejo dele, pois não consigo tirar o "seu" da frente do Egon, tenho bastante intimidade com ele. E com o Germano também, companheiro de várias remadas, uma pessoa que admiro muito e que se auto intitula "o véio do caiaque". Como estávamos por último, brinquei que estava tudo errado, pois mulheres, velhos e crianças deviam ser os primeiros.

Fernando Bueno e o Quindim Precioso.

Pausa para abastecimento.



Estávamos todos animados por conseguir reunir bastante gente numa remada. Daquela turma, eu só havia remado com o Leonardo, Marcio e Germano. Todos os outros, incluindo o meu sogro, era a primeira vez que eu remava. É bonito ver vários caiaques dentro da água. O dia também estava propício! Tinha sol e não estava muuuito frio. Foi um passeio bonito até chegarmos na Lagoa do Palmital.

Tranquilidade e descontração na Lagoa da Pinguela.





Lagoa do Palmital à vista!

Após entrarmos na Lagoa do Palmital, não fotografei mais, pois não dava para parar de remar. O vento estava forte e foi cada um para um lado. Na última parada, havíamos combinado de fazer o almoço numa ponta de terra entre a Lagoa do Palmital e a Lagoa das Malvas, onde já havíamos parado numa outra oportunidade. Parecia que aquela ponta não chegava nunca. Comecei a sentir dores nas costas, achando que não conseguiria continuar remando. Mas consegui. Bronqueando e pedindo ajuda para Zeus, Netuno e todos os deuses que pudessem me ouvir. Aliás, trilha sonora certa nas minhas remadas é a música "Navega Coração", de Kleiton e Kledir. Amo essa e todas as outras músicas deles! Canto muito a parte que diz "...e Netuno me protege noite e dia..."

Com orações, música e dores cheguei no local combinado para o almoço. O lugar estava diferente de quando paramos a outra vez, devido a cheia das águas, mas estava tão bonito quanto antes. O solzinho nos convidava a lagartear na graminha, se achássemos uma graminha que não estivésse úmida.

Sentamos para lanchar e conversar sobre as condições da remada. Nossa preocupação é que o vento estaria mais forte do outro lado do pontal, para onde deveríamos ir para chegar no canal João Pedro, que também não deveria estar em condições para remar, como eu, Leonardo e "seu" Egon havíamos constatado no dia anterior. Dali até a Lagoa dos Quadros não teria lugar para acampar, pois as margens do canal estavam, praticamente submersas, na verdade, não haviam margens. Conversa vai, conversa vem, chegou um senhor e começou a conversar. Ele estava acampado com os amigos para pescar, num acampamento pertinho de onde estávamos e comentamos com ele o que pretendíamos fazer. Ele foi categórico em dizer que não era uma boa ideia, nos contou a sua experiência por ali e foi o que precisávamos ouvir para decidirmos, por unanimidade, montar acampamento ali e agora, e abortar a ideia original da remada de inverno.

Foi o que fizemos! Montamos acampamento e curtimos o local, que é belíssimo. Dá para caminhar até a outra ponta para ver a lagoa das Malvas. De um lado, Lagoa do Palmital, do outro, Lagoa das Malvas. O vento do outro lado estava muito forte, realmente, sem condições de navegação. Aquelas terras eram uma fazenda particular. O senhor que veio falar com a gente ficou de avisar o proprietário que iríamos acampar por lá. O movimento que tinha ali era de um parque. Carros passavam bem pertinho do nosso acampamento. Caminhando, descobrimos vários cactos com marcas de tiros. Além de pescar, pelo jeito, as pessoas costumam usar a área para caçar, apesar da presença do gado da fazenda por ali. Não consigo entender por quê o ser-humano tem que se divertir com o sofrimento de outro animal. E entendo menos ainda, como não tem fiscalização dos órgãos responsáveis.

Apesar destes fatos, que parece que só incomodam a mim, foi um acampamento muito agradável. A turma é muito legal e divertida, tomamos chimarrão, de noite cada um preparou sua janta. Eles fizeram churrasco e eu, que sou vegetariana, ia fazer uma sopinha, mas acabei filando a massinha do Germano.





Terceiro dia




E o domingo amanheceu lindo! Foi a noite que melhor dormi, que a garganta menos incomodou. Todos foram acordando devagarito e preparando seu café. Entre café e fotos, cada um arrumava suas tralhas com a preguiça normal de um domingo.

Rogério e Fernando, de Torres, eram os mais apressados, pois Fernando queria chegar a tempo de almoçar com a sua vó, que estava completando 80 anos, em Criciúma-SC. Achei muito legal a preocupação dele! Uma das melhores coisas da vida, são os avós e vale a pena passar o máximo de tempo possível com eles. Não adianta reclamar depois que eles se forem, né? Infelizmente, os meus já se foram, e depois de perceber que podia ter passado mais tempo com o vô Zeca, curti a minha vó Yole o máximo que pude e ainda sinto muitas saudades daquela velhinha! Como diz o poeta "é preciso amar as pessoas como se não houvesse amanhã."

Belo amanhecer!

Desjejum.

Todos prontos para a volta.

Vendo o local do acampamento de dentro d'água.

Marcio, Pardal e o Biguá Albino. Pardal é o remador de trás e Biguá Albino é o caiaque. rsrsrs

O "Biguá Albino" e o "Caiaque Véio" do lado.





Mais uma demonstração do "respeito" do ser-humano pelo meio-ambiente, uma pedreira, uma das muitas que tem nos morros do litoral gaúcho.

O retorno foi tranquilo, em parte. Da saída do acampamento, na Lagoa do Palmital, até a lagoa da Pinguela, na direção da BR 101, foi tranquilo. Depois, resolvemos cruzar até a ponta que separa as duas lagoas, no lado oposto e aí, as ondas judiaram da gente. Mais de uma vez perdi o equilíbrio, quase indo conferir a temperatura da água de corpo e alma.

Em seguida paramos para lanchar nas margens da Lagoa da Pinguela e continuamos nosso caminho de volta para a Lagoa do Peixoto, em Osório, mesmo ponto da partida do dia anterior, onde reencontrei a cachorrada que vive no Parque e os presenteei com um enorme pedaço de churrasco que sobrou do acampamento.

Almoço de domingo.

Agradeço a companhia dos velhos e novos amigos e a paciência de remarem comigo. Sei que fico estressada quando as condições da remada não são tão tranquilas. Meu agradecimento especial ao meu sogro, sempre tentando animar a turma,e minhas desculpas ao Leonardo, que além de aguentar meu azedume motivado por ondas, ventos e correntezas, tem que carregar esta mala, ou melhor, rebocar a mala.


Mais fotos e outras narrativas, contadas por remadores mais corajosos que eu, podem ser vistas em:










The end!



Cusco morador do parque Municipal da lagoa do Peixoto! Boa sorte, meu velho!