quarta-feira, 24 de junho de 2009

Pedalada + caminhada em Nova Petrópolis - 22 de junho

No último domingo, vi o sol nascer dentro de um ônibus da empresa Caxiense, que faz a linha Porto Alegre - Nova Petrópolis - Caxias do Sul. O meu destino era Nova Petrópolis, na serra gaúcha e a saída foi às 7h15.
Depois de uma noite pouco dormida, pois dormi tarde por causa do aniversário do meu afilhado Fernando, no sábado, e acordei cedo para deixar cães, gatos e passarinhos alimentados antes de sair cedinho para pegar ônibus até a rodoviária, fiquei surpresa com o ônibus da Caxiense. Além de novinho, as janelas são enormes, que para mim, que tenho claustrofobia, ou penso ter, é um espetáculo! E as poltronas são muito confortáveis, mais, que as de avião, sem exageros. Assim que o ônibus saiu da rodoviária, dei de cara com um lindo sol nascendo e, como uma típica turista, não podia deixar de registrar a cena.
A viagem foi tranquila com alguns cochilos intercalados pelas várias paradas que o ônibus pinga-pinga fez. A primeira, acho que foi Canoas, depois acho que Esteio e, com certeza, parou em São Leopoldo, Novo Hamburgo e Picada Café, onde despertei pela última vez, pois sabia que estava chegando em Nova Petrópolis onde o meu "guia turístico", Leonardo, aguardava.
Apesar das várias paradas, achei a viagem rápida (2 horas). Da rodoviária fomos, de carro, direto para o morro da árvore torta. Não sei o nome oficial daquele morro mas o Leonardo chamou assim, então, assim será. Lá de cima podemos ver Picada Café, o centro de Nova Petrópolis e, mais adiante, Caxias do Sul.
" Nova Petrópolis está localizada na Região Nordeste do Estado do Rio Grande do Sul, nos altos da Serra Gaúcha. Faz parte do Projeto Rota Romântica e está na Região das Hortênsias.
Em meio ao verde exuberante da Serra Gaúcha, Nova Petrópolis se destaca pela sua paisagem maravilhosa, casarios antigos, praças e jardins floridos." Fonte: www.wikipedia.org
Eu, meio torta, ao lado da árvore torta, com Nova Petrópolis ao fundo. Fotos: Leonardo Esch

Deixando a árvore torta para trás, seguimos para um outro morro, já na Linha Imperial, o Morro da Fome ou Morro Hungerberg. O dia estava ensolarado mas o vento se esforçava para mantê-lo frio.

Fotos: Leonardo Esch

A próxima parada foi para conhecer o pinheiro multissecular, também na Linha Imperial, a 9Km do Centro.


"Uma relíquia natural, o Pinheiro Multissecular é quase solitário na sua espécie, mas com raízes profundas e de uma grandeza ímpar. A altura do Pinheiro é de 45m e sua espessura equivale a um círculo de sete pessoas adultas de mãos dadas." Fonte:http://www.novapetropolis.rs.gov.br/
Depois de conhecer o pinheiro gigante e multissecular, cuja base parece uma pata de elefante, pegamos as bicicletas e começamos a pedalada em direção ao Monte Malakoff e as Pedras do Silêncio, no interior de Nova Petrópolis.
Segundo o meu guia, existem 3 formas de fazer este trajeto: dificuldade pequena, média e grande. O escolhido por ele foi o de dificuldade média, saindo da Linha Imperial pela faixa que leva a Gramado até entrarmos numa estradinha de areia, caminho este aliás, que havia feito 10 anos atrás numa caminhada organizada pelo Leonardo e amigos, o "Caminhando Nova Petrópolis".
Sofri um pouco no início da pedalada pois custei a me acostumar com o câmbio da bicicleta emprestada pelo Leonardo e também, por causa das subidinhas que tinham pelo caminho. Aliás, que caminho! Uma estradinha de chão com casas simples e belas, muito verde, a cachorrada solta, latindo atrás da gente, muito verde e muitas árvores frutíferas!
Fizemos várias paradas pelo caminho, ora para "bater um papo" com os cães, ora para fotografar.
A parada mais longa foi para lanchar bergamotas gentilmente cedidas por uma bergamoteira que estava na estrada. NA ESTRADA, ou seja, não estava dentro de nenhuma propriedade. Pedi licença e agradeci a bergamoteira pelos frutos.
Sentamos no muro de pedras, que tinha atrás da árvore, para comer as bergamotas e fazer campeonato de cuspe de sementes de bergamotas a distância. Eu ganhei o campeonato!
Em seguida chegaram de carro, Martim e William, amigos do Leonardo, que já tinham subido até as Pedras do Silêncio e estavam voltando. Conversamos um pouco e seguimos, cada dupla para um lado.



Leonardo brincando com alguns cães que vieram nos saudar.




Fotos: Leonardo Esch
Parada para pegar bergamotas no pé.
Monte Malakoff ao fundo.

Eu, com cara de limão azedo, segurando o riso de alguma piada do Leonardo.
Mais algumas pedaladas e encontramos o Monte Malakoff, um paredão de pedra impressionante. Sem sair da estrada, tiramos algumas fotos e continuamos nossa pedalada pois nosso destino eram as Pedras do Silêncio. A ideia inicial era almoçar lá em cima mas já eram quase quatro da tarde então, faríamos o lanche da tarde.
Para chegar nas Pedras do Silêncio, em primeiro lugar, deve-se estar com alguém que conheça o lugar, pois não tem nenhuma placa na estrada indicando uma plantação de aipim como entrada para a trilha. Essa, foi a pior parte da indiada! A tal plantação fica numa subida muito íngreme, não tem como pedalar ali então, tivemos que empurrar as bicis cujos raios trancavam nas mandiocas... além de desviar das mandiocas, tava difícil firmar o pé no chão empurrando uma bicicleta. Resultado: tive que pedir ajuda para os universitários! O Leonardo teve que subir a bici dele e voltar para subir a minha. Infelizmente, faltou técnica da minha parte... obrigada Leonardo!
As bicletas ficaram "estacionadas" no meio do mato onde termina a plantação e começa o mato onde tem a trilha para subir até as Pedras. Esquecemos a corrente para prender as bicis então, tivemos que deixá-las soltas e torcer para que ninguém resolvesse passear com elas.
A subida a pé, também não é moleza. Na maioria das vezes, fazemos uma escalada e não caminhada. Mas todo o esforço é recompensado pela vista que se tem lá de cima.
Leonardo subindo com a bici com as Pedras do Silêncio no alto e ao fundo.

Eu, brigando com as mandiocas...

Bicis ficaram estacionadas no meio do mato, enquanto subíamos para as Pedras do Silêncio.
De um lado pode-se ver a cidade de Caxias do Sul, apesar de não aparecer na foto e na outra ponta, um belíssimo vale.


Leonardo preparando a máquina para a foto abaixo.






Eu, fotografada pelo Leonardo.
Leonardo, fotografado por mim.







Quando começamos a descer já estava escurecendo mas, até que foi mais fácil do que pensei. Eu estava com um pouco de medo da descida pois tem aquela história de que prá baixo, todo Santo ajuda e meu medo é que o Santo ajudasse demais.
As bicicletas estavam no mesmo lugar - ufa! - então, tratamos de seguir "viagem" pois ainda teríamos que andar pela faixa, com montes de carros voltando de Gramado e isso também me assustava um pouco.
Antes da faixa, sentimos que o chão estava bem úmido pois alguns pingos chegavam a respingar no rosto. Não havia chovido, era apenas umidade de alguns trechos mais próximos de vegetação mas não pensei que fossemos ficar tããão respingados. E eu, de blusinha branca ainda! Não consegui tirar as manchas do barro dela... mas valeu mesmo perdendo uma blusa! Leonardo, obrigada por eu não ter passado um domingo vendo a vida passar pela TV! Obrigada pelo ótimo domingo! Foi um espetáculo!
Fotos: Leonardo Esch