sexta-feira, 30 de setembro de 2011

Retornando a Porto Alegre

http://www.pousadamaktub.com/






Tudo pronto para a viagem de volta.
Café da manhã na padaria Simone.
Ainda na Guarda, uma foto da girafa em homenagem ao Betinho, um amigo colecionador de girafas.
Pit-stop em Imbituba para recordar a infância. Acima, o camping onde ficamos algumas várias vezes.
A praia onde muito surfei com planonda, as pranchas de isopor!!!!!
Tombinho fazendo o reconhecimentodo local .


Uma ponta da praia.
Nenhuma baleia a vista, só o navio encalhado e "humilhado". O "humilhado" é por causa de uma história que ouvi quando pequena e quando frequentava a praia de Imbituba, que dizia que o navio transportava milho e após afundar, ficou milho molhado = humilhado...ai,ai,ai!
A outra ponta da praia.






Depois de passar em Imbituba, concluímos que demos uma grande dentro em ter ido para a Guarda do Embaú, pois as baleias estavam a vista para quem quisesse ver e em Imbituba teríamos que pagar um barco. Foi um final de semana espetacular!
Chegada em Porto Alegre: trânsito caótico.

quinta-feira, 29 de setembro de 2011

Pedra do Urubu, Prainha e mais baleias!

"Conhecida como baleia franca, certa ou verdadeira (right whale, em Inglês), a espécie recebeu esse nome por ser a mais fácil de matar, dada sua docilidade e hábitos costeiros na época da reprodução, o que levou a sua quase extinção." Fonte: Projeto Baleia Franca


Antes de começarmos a programação que havíamos feito para o domingo, Leonardo sugeriu um pulinho até o Costão da Guarda para ver se as baleias andavam por lá. Munidos de cuia de chimarrão, térmica, máquinas e Tombinho na mochila, começamos a caminhada.

Bem no começo da trilha, lembramos da conversa com o André no dia anterior, contando onde era o começo da trilha para subir até a Pedra do Urubú. Passamos por um local e ficamos imaginando se seria ali e Leonardo sugeriu que subissemos para averiguar. Achei melhor não subir, pois eu estava com cuia e térmica nas mãos, Leonardo com o tripé e filmadora numa mão e com Tombinho nas costas, mas Leonardo choramingou "ah...vamos subir só um pouquinho...", e lá fomos nós, só um pouquinho...

Trilha bem aberta no começo.



Depois vai fechando e virando uma quase escalada.

Subimos até uma pedra "pequena" de onde se tinha uma vista maravilhosa de toda a praia da Guarda. Muito lindo! E dava pra ver as baleias dançando no mar com seus filhotes. Ficamos um bom tempo ali em cima. Enquanto Leonardo filmava, eu acalmava o Trumbico, que queria sair caminhando, o que era completamente impossível de se fazer ali, pois estávamos, praticamente num precipício. Tombinho se comportou muito bem durante a subida na trilha, mas ele não gosta de ficar parado no mesmo lugar por muito tempo, começa a ficar impaciente, choraminga, pega a guia dele na boca e começa a se puxar. Não consegui fazer muitas fotos lá de cima porque tinha que segurará-lo.
Leonardo e Tombinho admirando a vista.
Leonardo, Tombinho e o Rio da Madre.

Comecei a ouvir vozes., desci um pouquinho e encontrei algumas pessoas passando reto pela nossa pedra e subindo mais adiante. Perguntei se aquela pedra onde estávamos, não era a Pedra do Urubú e eles responderam que não, que a Pedra do Urubú era mais em cima, para onde eles estavam indo. Voltei e avisei o Leonardo, que começou a recolher as tralhas rapidamente para subirmos na carona deles. Era uma gurizada, uns vinte ou mais, estudantes de Biologia da USC ou UFSC, não lembro mais.

A trilha, que já tinha ficado um pouco íngreme antes de chegar na "pedrinha", virou uma escalada selvagem até a Pedra do Urubú. Tivemos que, literalmente, escalar a Pedra para chegar no seu topo. Eu já comecei a ficar nervosa pensando no caminho de volta, acho que descer é muito pior do que subir e minha preocupação era maior por causa do Tombinho, que estava se comportando muito bem até então, mas fiquei com medo que ele escorregasse da mochila numa dessas.

A subida foi bem lenta, pois havia muita gente e tinha que subir um de cada vez. Quem estava na fila, logo atrás de quem chega no topo, só ouvia as exclamações: "noooossa!!! Que loucura!! Que lindo!!" E realmente é de tirar o fôlego! A gente está dentro de uma trilha com mato fechado, só se vê verde e pedras para todos os lados, a última etapa é um paredão de pedra que para subir, é preciso usar um cipó, que são as raizes das plantas. Então, imagine-se segurando este cipó no meio do verde. Se olha para os cipós, para onde vamos apoiar os pés, e para cima, para ver onde vai a mão. Então, começa-se a ver o azul do céu e você vai subindo. Olha para o verde, para o cipó e o azul do céu e, de repente, se está em cima da pedra. Você levanta a corpo, levanta a cabeça dá de cara uma das paisagens mais lindas que se viu na vida. Por mais viajada que uma pessoa seja, tenho certeza que vai achar esta, uma das paisagens mais lindas. Pode-se fazer um giro de 360 graus e é beleza para todos os lados, a perder de vista. O Leonardo conseguiu registrar bem essa paisagem e postou algumas panorâmicas no blog dele, que valem à pena ser vistas. Para ver, clique aqui.

Não tem muito espaço para caminhar lá em cima, pois estamos em cima de pedras, e com mais umas vinte pessoas, fica mais difícil ainda. Eu não consegui curtir muito aquela beleza toda porque estava segurando o Tombinho e fiquei preocupada com aquela gurizada, que brinca, vai para um lado, vai para outro, chega bem na pontinha da pedra para olhar para baixo. Isso me dá um nervoso!!! Eles eram bem bacanas, conversamos bastante e todos eles gostaram muito do Tombinho, mas apesar de toda a simpatia deles e da vista marvilhosa lá de cima, eu estava louca para descer logo. E foi o que fizemos, começamos a descida antes deles.

A essa altura do campeonato, meu chimarrão já tinha despencado numa pedra então, coloquei tudo dentro da bolsa e tratei de ficar atrás do Leonardo para ajudá-lo com o tripé. Ele descia, eu alcançava o tripé pra ele e eu descia. E assim fomos até chegar na bifurcação, que André havia comentado que, se continuássemos a descer, saíriamos onde entramos e, se pegássemos a outra trilha, saíriamos na Prainha. E que Prainha!!!!

A Ilha dos Corais ao fundo.
A única foto que tirei do alto da pedra do Urubú, uma vista para a Praia da Pinheira.
Prainha à vista!!
Saindo de dentro da mata, a trilha para a Prainha vira um gramado e a terra escura vai dando lugar para a areia de praia. A trilha acaba nos cômoros de areia e em seguida tem a praia. Aquele visual foi uma das paisagens que mais me impressionou naquela caminhada. A vista da Pedra do Urubú é espetacular, mas aquela vista, de quem está chegando na Prainha é mais que espetacular. Não sei se é porque numa só olhada se vê vários elementos da natureza, como o verde da mata e do gramado, as dunas de areia, o mar e as pedras. Não sei, só sei que fiquei encantada!


Viemos dali.












Leonardo montou o tripé e começou a registrar aquela beleza toda e eu fiquei caminhando com Tombinho e procurando água para ele, pois havíamos saído para voltar em seguida e já passava do meio-dia. Tinha uma águinha correndo de encontro ao mar e vi que ela vinha do morro. Tombinho e eu fomos seguindo o córregozinho até chegar onde ele encontrava a areia. Era uma água limpa que vinha de dentro da mata, mas Tombinho não quis, ele só queria perseguir as bolinhas de areias que rolavam cômoro abaixo, cada vez que ele pisava no chão. Ele pisava, as bolinhas rolavam e ele ia atrás e rolavam mais bolinhas e ele não parava de correr atrás das ditas. Que figurinha! Enquanto Leonardo fazia os registros, Tombinho e eu caminhamos na direção das pedras. Lá estávamos nós, olhando para o nada e para tudo, quando de repente, vejo uma coisa preta por trás das pedras, dentro da água, pertinho de nós...uma baleia!!!! Comecei a gritar e gesticular chamando o Leonardo. Ele olhou e eu pulava e gesticulava, tentando imitar uma baleia e apontando para o mar. Rapidamente ele juntou máquinas, mochila e tripé e veio correndo na nossa direção. Vendo das pedras, a dona baleia estava pertinho da gente, é emocionante ver aquele volume preto crescendo e saindo de dentro da água e voltando a mergulhar. E tudo isso numa suavidade um pouco estranha para alguém com todo aquele volume.

Nesta foto tem duas gaivotas lagarteando nas pedras, mas isso foi o máximo que a minha máquina alcançou e mal e mal dá pra ver um pontinho branco em cima de uma pedra... mas resolvi postar a foto assim mesmo.


Lindas pedras!
Leonardo esperando pela baleia.






Enquanto estávamos ali, visualizei mais uma baleia, mais na direção da praia da Pinheira. Avisei o Leonardo, que tinha dificuldade em visualizar com a tela da filmadora. Ele estava achando que era uma pedra e eu disse que não, que era uma baleia, mas ela não apareceu mais. Eu via uma coisa escura na água, que mudava um pouco com o vai e vem das ondas, mas não saía para fora como as baleias então, suspirei "é, acho que era uma pedra mesmo...", Em seguida, a pedra saiu para fora da água em forma de baleia e baleinha, mãe e filhote! Essas duas estavam mais longe então, fomos atrás da primeira, que estava indo na direção do Costão da Guarda. Fomos indo, fomos indo, chegamos no Costão e assisti ao maior espetáculo dos últimos tempo. Devia ter umas 3 mães com seus filhotes espalhadas pelas águas da Guarda do Embaú e algumas ficavam muito perto das pedras, fazendo com que assistíssemos aquele espetáculo de camarote. Não precisava binóculo, nem monóculo, nem nada, pois elas estavam ali, pertinho da gente, pra quem quisesse ver.

Acho que estava na hora do almoço, pois não tinha quase ninguém nas pedras, só nós e mais um casal, que saiu em seguida. Não demorou para começar a chegar gente sem parar, como se a notícia tivesse corrido pela Guarda. Pudera! Só faltou as baleias cobrarem ingresso porque elas deram um show! É bonito de ver também, a empolgação das pessoas, de qualquer idade. "ali, ali" e apontavam. Daqui a pouco mais "ali, ali" e "óóoó!!! Que lindas!"

A minha máquina não aproxima quase nada, mas deu para fazer alguns registros, de tão pertinho que elas estavam.

Há anos que eu queria ir à Imbituba ou Garopaba para ver as baleias, mas resolvemos ir para a Guarda, porque o André havia comentado que elas estavam por lá há semanas. Não nos arrependemos nem um pouquinho, pois nem precisamos de barco para enxergá-las.

Lá de cima da Pedra do Urubú, Leonardo comentou que as baleias mães não se alimentam durante este período em que estão ali. Elas chegam, principalmente no litoral centro-sul de Santa Catarina, para a temporada reprodutiva, ou seja, parir e amamentar seus filhotes. Pelo que sei, este período vai do final de agosto até outubro, sendo o auge em setembro.

Em Imbituba fica a sede do Projeto Baleia Franca. Vale a pena visitar o site e aprender mais sobre estes animais maravilhosos. Eu visitei e confirmei o que o Leonardo comentou, que "ao findar-se o verão, as baleias francas deixam as áreas de alimentação nas latitudes mais frias e "buscam as regiões costeiras onde se concentram para o acasalamento, a parição e a amamentação dos filhotes nascidos no ano subsequente à fecundação. Na costa do Brasil, tal área deve ter atingido em períodos históricos desde a divisa com o Uruguai, no Arroio Chuí até, pelo menos a Baía de Todos os Santos. Atualmente, a área de concentração restringe-se à Região Sul, com registros de alguns indivíduos efetuando-se, regularmente, ao longo do litoral Sudeste e em anos recentes no Bancos dos Abrolhos (BA) pela equipe de pesquisa da baleia Jubarte." Fonte: Projeto Baleia Franca

Essa semana mesmo, um tele-jornal nacional registrou uma baleia com seu filhote nas praias cariocas.

Outras curiosidades:

"estima-se que a gestação da espécie esteja em torno de 12 meses.";

"A maturidade sexual (do macho) é alcançada, aproximadamente aos 6 - 7 anos e estima-se que a fêmea tenha seu primeiro filhote aos 8 - 9 anos. Os filhotes nascem normalmente, entre junho e dezembro, já com cerca de 5 metros de comprimento e um peso entre 4 e 5 toneladas. Em média, as fêmeas conhecidas nas áreas de reprodução têm um filhote a cada 3 anos."

"Como em todos os grandes cetáceos, não se sabe ao certo a idade máxima alcançável pelas baleias francas" Não vou explicar aqui, como concluiram a idade delas porque tem a ver com a caça e não gosto nem um pouco disso, quem quiser saber, visite o site do Projeto, mas resumindo, acredita-se que podem chegar a 80 anos.

Ficamos um tempão assistindo o show das baleias, quando percebemos, já passava das três da tarde. Havíamos saído após o café da manhã, para uma voltinha rápida... Essa voltinha valeu por todo o final de semana e muito mais!

Vale a pena

ver

as baleias!


Comecei esta postagem com uma frase do site do Projeto Baleia Franca, que me tocou muito, que diz que as baleias eram dizimadas por causa da docilidade. Não consigo entender a ganância humana, mas entendo perfeitamente uma das frases que uso no meu msn, de uma música do Ed Motta: "o mundo é fabuloso, o ser humano é que não é legal."