sábado, 28 de março de 2009

Copa das Nações-Veleiros do Sul - Porto Alegre


A Copa das Nações está entre as principais competições mundiais da modalidade de Match Race e foi realizada de 23 a 28 de março no Veleiros do Sul. Dei uma espiadinha na final da grande final, no sábado. Final da final porque chegamos lá às 16h30 e já tinha acontecido" le grand finale".
Mas deu para curtir um belíssimo pôr-do-sol na beira do Guaíba com direito a sol e lua juntos, um espetáculo!
Para quem não entende nada de velas, como eu, uma pequena explicação:
"Um dos principais acontecimentos da vela brasileira em 2009, a Nations Cup é um fato significativo para a história do clube Veleiros do Sul, de Porto Alegre.
A Nations Cup é um campeonato mundial de Match Race entre nações, com etapas eliminatórias em todo o mundo. Os campeões de cada país participam de seletivas regionais em seus continentes. Já os vencedores das competições regionais classificam-se automaticamente para a final mundial, realizada a cada dois anos.Conforme a própria Federação Internacional de Vela (Isaf), a Nations Cup tem dois objetivos muito claros: a) desenvolver a categoria ao redor do planeta (para isso são desenvolvidas clínicas e intercâmbios antes de cada etapa classificatória) e; b) obviamente, selecionar o melhor país do mundo na categoria."
Fonte:www.nautica.com
Fotos: Leonardo Esch

quarta-feira, 25 de março de 2009

Treino e despedida

No início da semana, Rodrigo sugeriu uma pedalada de manhã cedinho para Ipanema ou Viamão. Começar às 6h30 e pedalar por umas 2 horas. Aceitei e pedi que fosse por Viamão pois ainda não havia pedalado por lá.


Nos encontramos na esquina da minha rua com a Protásio, ainda não tinha sol mas tudo indicava que seria mais um dia quente. O céu estava azul, sem uma nuvem e o ar bem fresquinho, uma típica manhã de outono! Descemos pela Antonio de Carvalho até a Bento e seguimos na direção de Viamão.

Não pegamos muito movimento porque o fluxo era no sentido contrário, Viamão - Porto Alegre. As paradas de ônibus sim, estavam lotadas nos dois sentidos.


"Viamão é o maior município em extensão territorial da mesoregião Metropolitana de Porto Alegre e da microrregião de Porto Alegre.

A origem provável do nome Viamão é controversa, a versão mais comum é de que a partir dos morros da região, e do topo da igreja matriz, é possível se avistar o rio Guaíba e seus cinco rios afluentes: Jacuí, Caí, Gravataí, Taquari e rio dos Sinos, que formam uma mão aberta. Daí a frase: "Vi a mão". Uma outra etimologia para o nome da cidade é que seria uma corruptela a freguesia de Viamonte, cerca de 30km de Évora, Portugal.

É um município que conta com as águas do Lago Guaíba e da Lagoa dos Patos. Possui muitos lagos, um deles, o Lago Tarumã, está praticamente abandonado pela administração. Conta também com a Barragem do Saint Hilaire, o lugar de onde sai a água para o Arroio Dilúvio, em Porto Alegre. "
Fonte: www.wikipedia.org


Fomos até o centro de Viamão, mais precisamente, até a Igreja Matriz. Já tinha passado de carro por ali algumas vezes mas aquela igrejinha nunca tinha me chamado tanto a atenção. Essa é uma das vantagens de andar de bicicleta, vemos muitas coisas que, de carro passam desapercebidas. A construção da Igreja Matriz de Viamão é muito linda, pena, que está super maltratada dando a impressão de estar abandonada pois, até as portas estavam fechadas. Sempre achei que as Igrejas ficavam abertas nas primeiras horas da manhã para os fiéis mais fiéis poderem rezar mas me enganei. Acho que a fé também foi abandonada...


Igreja Matriz de Nossa Senhora da Conceição

Tentei fotografar os "campos de cima de Viamão" mas não ficou nada nítido. É uma região belíssima com morros, muita vegetação e sítios maravilhosos. Passei boa parte da minha infância e adolescência sonhando em ter um sítio lá.
"Os campos de cima de Viamão"

Pegamos mais trânsito na volta, lá pelas 8hs. Fui pensando, em boa parte do caminho, por onde eu voltaria para a minha casa. Estava com preguiça(entenda-se medo) de subir a Antonio de Carvalho e mais a Protásio Alves. Se eu seguisse pela Ipiranga, teria que subir a Cristiano Fischer ou a Salvador França e, ainda por cima, daria uma volta maior. Pensei em ir por dentro da vila onde passo seguido de carro mas de bici... sei não... levei medo! Não tive escolha: subi a Antonio de Carvalho. Impressionante como os fantasmas desaparecem da minha cabeça! Subi a Antonio de Carvalho e a Protásio sem problema algum! Muito melhor do que subir a Salvador França!
Triste constatação de que não tem como eu voltar para casa sem ter que subir alguma lomba. Seja de que lado da cidade eu estiver, já pensei, repensei e não tem como: por qualquer lugar eu pego uma subida.
Foi um belo treino! Cheguei em casa lá por 8h45. A bicharada tava estranhando... normalmente, a maioria deles já tomou café essa hora. Fui direto no canil do Conhaque e tive outra triste constatação: o Conhaque se foi!
Conhaque é, ou melhor, era um cão que criei com mamadeira há 15 anos, ele e seus 6 irmãos. Todos foram doados, menos ele e a Jade que morreu em 2007. Ele já tava muito velhinho e, nas duas últimas semanas vinha piorando. Ontem, ele caiu e não conseguiu mais levantar por isso que falei que foi uma constatação e não uma surpresa pois já estava esperando por isso.
Deixo aqui minha homenagem ao meu companheiro de 15 anos. Obrigada Conhaque! Bom descanso!
Última foto dele, tirada na semana passada.

Foto de 2002, bem mais moço... tá bom... eu e ele estamos bem mais moços na foto... ele adorava quando eu beijava o papo dele.


Tchau Alemão! Obrigada!

sábado, 21 de março de 2009

Passeio até a Lomba Grande - Novo Hamburgo

Nada como um sábado de sol para dar uma bela pedalada de última hora.
Vi o e-mail do Rodrigo pela manhã e resolvi fazer o passeio para Lomba Grande com ele. Ainda tinha que passar aspirador nos bancos do carro para tirar os pêlos que a Nina e a Gorda deixaram na ida para São Chico - e não era pouca coisa - para poder levar papis, mamis e tio Serginho no aeroporto no domingo de manhã ( papis se nega a entrar no carro peludo... ). Carro aspirado, me arrumei correndo e saímos, Bici e eu, para mais um treino/passeio.


Nos encontramos na rótula da Protásio com a Carlos Gomes, quase 13h e seguimos direto pela Perimetral rumo à BR. BR? Sim, Br 116! Mais uma barreira derrubada!
Fizemos a BR, de Porto Alegre até Esteio e não foi nenhum monstro de 7 cabeças. Claro, que era sábado, um dia mais tranquilo com pouquíssimo movimento mas não foi o horror que eu imaginava.

Entramos em Esteio para "almoçar" (almocei um suco e uma banana, a fome ainda não tinha vindo) e seguimos por dentro de Esteio até São Leopoldo, onde pegamos a BR novamente, até Nóia.

Rodrigo e eu na BR
O sol tava de "lascar".


James mais na frente

O encontro para o passeio era na oficina do Darci, ciclista experiente e mui gente fina de Novo Hamburgo - http://www.cycledarcy.com.br/ Quando chegamos, o bando já tinha saído mas os encontramos mais adiante quando o seu Darci se deu ao luxo, literalmente, de me dar uma "mãozinha". Foi quando percebi o porquê do nome Lomba Grande... enquanto tentava subir a lomba, escutei atrás de mim uma breve análise sobre a Bici, altura do meu banco, tamanho do "salto" do meu tênis e minha cara desfigurada tentando subir a grande lomba. Era um ciclista do grupo e seu Darci que, sem demonstrar nenhum esforço anormal, encosta uma das mão nas minhas costas para me dar um empurrãozinho...
No final da lomba tinha um posto onde estavam os outros ciclistas. Era a primeira parada para descanso. Ali, tomei mais um suco na corrida pois já estavam saindo novamente.

Lomba Grande é como se chama um bairro que compreende a zona rural do Município de Novo Hamburgo. A área foi dividida em microbairros como Passo dos Corvos, Quilombo do Sul, entre outros.
O Bairro fica bastante isolado da cidade, e possui uma espécie de microcentro que centraliza os demais microbairros de sua área.
"Lomba" é um termo utilizado no Rio Grande do Sul para designar ladeiras.
http://www.lombagrande.org.br/


Mais algumas lombas e ficamos para trás de novo, ou melhor, eu fiquei prá trás e o Rodrigo ficou para não me deixar sozinha. Mais adiante um pouco, encontramos mais um grupinho e ficamos andando com eles por um tempo.


A região é muito bonita!



O passeio vai até um bar na beira da estrada e, pelo que fiquei sabendo, na beira do Rio dos Sinos ( me encontrei com o Rio dos Sinos de novo!). Pena, que mal se percebe que tem um rio do outro lado da estrada pois tem muitas árvores que o escondem. Neste bar o pessoal descansa e toma litros de sucos de vários sabores. Escolhemos de abacaxi que veio numa garrafa pet de 2 litros com muito gelo picado. Uma delícia!
Descanso feito, voltamos pelo mesmo caminho.


As fotos são do celular do Rodrigo.

Seu Darci, de camiseta branca e listras, no meio do grupo.



Nos separamos do grupo numa rótula que anunciava São Leopoldo à 9 km. O restante do grupo seguiu para a oficina do seu Darci, em Novo Hamburgo e Rodrigo e eu seguimos por dentro de São Leopoldo até a estação do Trensurb. Cheguei em casa um pouco antes das 20hs, já estava escuro e a bicharada ainda não tinha comido. Ótimo passeio! Para quem achava que não ia pedalar no findi, ótimo treino, apesar de ter ficado com um pouco de dor no joelho esquerdo. Estávamos sem ciclo computador mas devemos ter pedalado uns 40 Km de Porto Alegre até Novo Hamburgo, mais 9 Km de Novo Hamburgo à São Leopoldo e mais uns 9, da estação Farrapos do Trensurb até a minha casa. O passeio por Lomba Grande, pelo que comentavam lá, fica em torno de 30 Km.

Parada para foto e frutas


Pôr do sol em São Leopoldo.

quarta-feira, 18 de março de 2009

Bate-volta à São Chico...de carro

Município mais meridional da região da Serra do Nordeste ou da Serra geral do Rio Grande do Sul, distante 112Km da capital Porto Alegre e com 907 metros de altitude. São Francisco de Paula é a mais antiga cidade da Região das Hortênsias. É habitada por gaúchos típicos que conservam suas tradições. Suas terras marcam o encontro das encostas da serra e dos campos por isso é comum observar extensas pastagens e gaúchos de laços na mão e bombachas, além de ouvir os gritos dos bugios, macacos típicos da região. A grande atração do município é a neve que ocorre na maioria dos invernos, responsável por grande parte do afluxo turístico.
Este passeio apareceu de última hora, prá variar um pouco. Fui de motorista de uma amiga, a Mara, para que ela pudesse resolver alguns assuntos particulares, e suas cachorrinhas, Nina e Gorda. Saímos de Porto Alegre às 7h30 e resolvemos ir por Cachoeirinha, Morungava e Taquara.
Não ia à São Chico há muitos anos, valeu à pena, mesmo não tendo muito tempo para passear. Não caminhei pela avenida central, apesar de ter passado de carro por ela, diversas vezes. Passei de carro pelo Lago São Bernardo onde fica o Hotel Cavalinho Branco e também conheci o Hotel Veraneio Hampel.

Deu tempo para conhecer, mesmo que rapidamente, a famosa Livraria Miragem. Uma espécie de livraria, museu, casa-de-chá, centro cultural e, em breve, um cine-teatro. Um prédio belíssimo que se tornou atração turística na cidade. A proprietária, Luciana não come carne, por isso a casa de chá só serve quitutes vegetarianos. A preocupação e o respeito que a proprietária tem pelos animais também aparece nos muitos cães recolhidos das ruas que ela mantêm em sua fazenda e nos livros da seção infantil da livraria, que não vende obras nas quais eles sejam retratados presos. Na livraria, a água é reaproveitada e parte da energia é solar. Pena que não pude tirar fotografia.


"Acostumados que estamos aos poucos investimentos para bibliotecas, livrarias e centros culturais no interior do Estado (fora do Rio Grande do Sul não deve ser muito diferente), é surpreendente aquela construção de esquina inteira, na Assis Brasil, a principal rua da cidade que fica a pouco mais de 100 quilômetros de Porto Alegre. Não foi investimento público que ergueu a construção de 2 mil metros quadrados. Foi um sonho que a tornou realidade, o maravilhoso delírio de uma professora aposentada. Nascida e criada nos campos de São Francisco, Luciana Olga Soares, uma mulher de mais de 60 anos, circula pelas prateleiras como qualquer outro dos funcionários, todos esbanjando simpatia e atenção.É um sonho a Miragem de Luciana. Um sonho que ela plantou ali no meio de sua terra natal. Um monumento à cultura e à crença no futuro. Não deixe de visitar o sonho de Luciana." por Rosane Tremea em http://www.clicrbs.com.br/blog/



A única foto que trago de São Chico são das castanhas portuguesas que colhi enquanto a Mara resolvia algumas coisas e fotografei aqui em casa. Parece que dá prá comer, cozinhando em panela de pressão. Achei tão interessante o fruto. As castanhas ficam dentro de uma "capa" espinhenta. Espinhenta mesmo, mal dá prá pegar.


"Informação Nutricional:
As castanhas são deliciosas, e muito saudáveis, pois são ricas em nutrientes. Têm bastante água, contêm muito pouco óleo, e são virtualmente livres de gordura. São ricas em hidratos de carbono complexos e contêm proteína de elevada qualidade – comparável com a do ovo – não têm glúten, nem colesterol. Nutricionalmente, são idênticas ao arroz integral. Curiosamente, têm tanta vitamina C como os limões. De seguida apresenta-se uma lista com a constituição das castanhas, por 100g:Hidratos de Carbono: 52.96 gEnergia: 245 kcal/ 1025 kJGordura poli-insaturada: 0.869 gGordura monoinsaturada: 0.759 gAçúcares: 10.6 gFibra: 5.1 gProteínas: 3.17 gLípidos: 2.2gMagnésio: 33 mgManganês: 1.18 mgFerro: 0.91 mgFósforo: 107 mgPotássio: 592 mgRiboflavina: 0.175 mgSódio: 2 mgZinco: 0.57 mgCálcio: 29 mgBetacaroteno: 14mcgCobre: 0.507mgVitamina K: 7.8mcgVitamina E: 0.5mgVitamina C: 26mgVitamina B6: 0.497 mgVitamina A:24IU"
Fonte: http://www.paladar.wordpress.com/

segunda-feira, 16 de março de 2009

Presentinhos para a Bici


A Bici ganhou dois presentes ontem: refletores e uma simpática buzina! Adoramos! Obrigada!


domingo, 15 de março de 2009

Três Coroas - Porto Alegre (parte 2)

O domingo amanheceu chuvoso, quem diria! Não tinha previsão de chuva e o céu estava estrelado quando fomos deitar.
A quebra da minha Bici não permitia a troca de marchas (por isso que eu sentia a bicicleta tão pesada ontem... não era cansaço - rsrsrs) então, resolvemos aproveitar o dia chuvoso em Três Coroas e voltar de carro para Porto Alegre.
Saímos, eu,Cadu e Leonardo, para caminhar atrás de um pico que víamos da Pousada e não tínhamos a menor idéia de como chegar até ele. Entramos numa rua em direção ao morro e achamos uma trilha. Seguimos por ela, que foi afunilando e fechando cada vez mais.
Leonardo tava na frente, seguido de perto por mim e um pouco mais atrás vinha Cadu e seu MP3. De repente, Leonardo pára e olha para cima procurando por um pássaro. No que eu cheguei perto, ele bate na própria perna para matar um mosquito e fica parado reclamando da dor, que parecia queimaço de lagarta. Passei por ele e pá!, bato nas minha costas sentindo uma picada também. E outra, e mais outra e mais outra. O Leonardo também levou mais umas 2 picadas e ficou se batendo. O Cadu que vinha atrás sem ouvir nada por causa do MP3, nos relatou no final do dia , que ficou pensando que tipo de dança era aquela que fazíamos e por que resolvemos dançar no meio da trilha, até levar a primeira picada também.
Agora que passou, dá prá rir mas que desepero! As primas das abelhas, além de muito brabas, não se davam por satisfeitas em apenas picar e voavam atrás da gente. Sem contar a ardência da picada, saí correndo mas continuei levando ferroada que arderam até o final do dia. Como se não bastasse, sou alérgica, o que fez levantar umas bolotas enormes.
Lá pelas tantas comecei a sentir tontura e falei pros guris que não sabia se era das picadas ou se era fome, pois não havíamos almoçado, e pedi que, se acontecesse algo comigo, que eles não deixassem meu corpo lá-rsrsrs- quanta besteira!
A trilha acabou numa casinha onde estavam 3 jovens, alguns cães e outros bichos. A casa fica muito isolada. Fui até eles para perguntar onde sairia aquela trilha e pedir desculpas pela invasão. Eles ficaram um tanto surpresos com nosso súbito aparecimento do meio do mato mas foram bem simpáticos!
Depois de passarmos por aquela casinha, a trilha se transformou num caminho mas de difícil acesso. Apesar das marcas de carro, não dava prá entender como um carro poderia passar por lá. Não demorou muito passou mesmo, um chevetinho. O motorista passou por nós e parou em seguida, descendo do carro meio brabo e perguntando o que estávamos fazendo por lá. Respondemos que estávamos só de passagem e ele se desculpou explicando que ficava preocupado com estranhos andando por lá. Com certeza, ele morava naquela casinha com os jovens que encontramos lá.

Seguimos a caminhada, sem saber ao certo para onde estávamos indo.


Para minha surpresa, saímos na estrada que leva ao Centro Budista. E subimos tudo de novo só que agora, sem bicicletas.

Muitas paradas para fotografar.

Uma borboletinha moribunda. Resolvi tirá-la da estrada para que não fosse estraçalhada.



A chuva, que tinha dado uma trégua, começou a avisar que estava voltando. O frio também apareceu.
Parando de caminhar e o tempo virando, comecei a sentir frio.

Chuva chegando...

Pegamos chuva na descida, não muito forte mas o suficiente para aumentar a nossa sujeira. Devia ser quase cinco da tarde e, para a nossa sorte, o mesmo bar onde havíamos jantado ontem, bem do lado da pousada, estava abrindo e fomos almoçar, antes de tomar banho mesmo.
E assim terminou o final de semana da minha primeira grande aventura ciclística! Não conseguimos voltar de bicicleta mas foi muito bom assim mesmo e espero que seja a primeira de muitas. Obrigada Cadu e Leonardo!
Chegada em Porto Alegre.

sábado, 14 de março de 2009

Porto Alegre - Três Coroas: a primeira intermunicipal a gente nunca esquece.

Acordei às 5hs para alimentar a bicharada e deixar tudo limpinho, gatil, canis, casa, etc. Tomei café, coloquei os pastéis nos saquinhos e começou a me dar um friozinho na barriga... a hora ia chegando e meu coração disparando... que nervoso! Será que ia dar tudo certo? Será que eu aguentaria a pedalada até Três Coroas? 8h40, mochila nas costas, outra mochila no bagageiro e saímos pelo portão, eu e a Bici. Até aí, tudo bem, esse chão eu conheço mas nem assim o coração aliviou. Encontrei o Cadu no posto de gasolina ao lado da casa dele. Pneus calibrados, tudo certo: simbora! Lá fomos nós para a estação Farrapos do Trensurb. Chegamos lá umas 9h15, compramos bilhetes e pediram que não pegássemos o trem das 9h18 e sim, o das 9h28. Tudo bem, fomos preparados para pegar o trem às 9h30, horário que é permitida a viagem com bicicletas. Esperar mais 10 minutinhos não seria problema. Assim eu tentava me acalmar... meu coração parecia que ia saltar pela boca!


Bici do Cadu, eu, em pé e o trem das 9h18.

Enquanto esperávamos o trem das 9h28 e o Cadu fotografava as bicis, fiquei matutando se não estaria me precipitando. Voltei a pedalar em janeiro e mesmo assim, pedaladas curtas, com exceção da ida ao Lami. "Voltar a pedalar" talvez, também seja forçar a barra pois antes (há 6 anos), só pedalava dentro da cidade.


Horários permitidos para bicicleta no Trensurb:
de Segunda á sábado: 9h30 às 11hs
14h30 às 16hs
21hs - 23h25
Domingos: 5hs - 23h25


Bicicleta do Cadu na frente e lá atrás, eu sentadinha, me acalmando...

Bom, agora era tarde para desistir, já estava dentro do trem, 33,8 Km de trem até o "fim da linha", em São Leopoldo, tempo suficiente para eu me acalmar e ligar para a Lidia para pedir que ela alimentasse as tartarugas também, além dos cães e gatos. Obrigada Lídia!

Descemos do trem e começamos a grande pedalada! 10 Km de pedal e fura o pneu da bici do Cadu em Novo Hamburgo. Ficamos quase uma hora "parados", tentando consertar o dito que insistia em vazar por algum lugar misterioso. Resolvemos seguir viagem e assim o fizemos.

O dia estava tão lindo! Não querendo reclamar mas nem precisava estar tão lindo ou tão quente!


Depois que eu começo a pedalar, vou perdendo os medos que me atormentam. O sol estava super forte, a estrada tava tranquila e alternava subidas, não tão íngremes porém longas, com algumas poucas descidas. Já havia feito aquele caminho de carro algumas vezes mas nunca tinha percebido essas subidinhas.
Enquanto pedalava, ia pensando se iríamos por Igrejinha ou seguiríamos para São Francisco de Paula. Não tinha conseguido informações sobre qual seria o melhor trajeto. Indo por Igrejinha, chegaríamos no centro de Três Coroas e teríamos uma subida de 8 Km até o Centro Budista e, pelo que soubemos, seguindo reto na direção de São Chico, o Templo fica bem mais próximo mas não sabia quanto teríamos que pedalar da entrada para Igrejinha até a entrada para o Centro Budista e se haveriam muitas subidas. Na dúvida e achando que eu não aguentaria subir até o Templo, resolvi ir por Igrejinha pois, se eu estivesse muito cansada, poderia ir direto para a Pousada e o Cadu ficava livre do "peso morto" para subir até o Centro Budista.
Paramos para tomar um suco, não lembro onde mas já era mais de uma da tarde. A propaganda do local dizia "sucos", entre outras coisas, mas o único suco que tinha era industrializado - que lástima! Mesmo assim, dividimos uma caixinha de suco de manga que desceu feito água, nem senti!
Seguimos pedalando, passamos por Taquara e Igrejinha onde fomos acompanhados por um vento contra em boa parte do trajeto. Eu pedalava, pedalava e parecia que não saía do lugar. Passando o centro de Igrejinha paramos para pedir informação para uma moça que estava em uma parada de ônibus e perguntamos, entre outras coisas, se faltava muito para Três Coroas e ela respondeu que não, que devia faltar uns 5 km... andamos 10 km e nada de Três Coroas. Comecei a sentir dores no ombro direito e no joelho (não lembro qual) e de repente, ouço um estalo. Não, não era meu joelho e sim, uma peça da minha Bici. Paramos, examinamos rapidamente e seguimos viagem.


Na estrada, quase chegando em Três Coroas, passamos por um paredão que o Cadu não resistiu e tentou escalar. Ele quase chegou no topo... e era aaaalto prá caramba! rsrsrs


" Três Coroas localiza-se na Mesorregião Metropolitana de Porto Alegre e na Microrregião de Gramado - Canela, mais precisamente no Vale do Paranhana e está a uma altitude de 56 metros acima do nível do mar. Seu principal acesso é pela estrada RS-115, embora também seja atendida pela RS-020. Está a 91 km de Porto Alegre, por via asfáltica. O município é cortado pelo Rio Paranhana, pertencente a bacia do Rio dos Sinos, e por vários riachos e nascentes. O Paranhana tem nascente em Canela e é um afluente do rio dos Sinos, o qual deságua no Delta do Jacuí, seguindo pelo lago Guaíba, lagoa dos Patos e daí para o oceano Atlântico." Fonte: http://www.wikipedia.org/


Antes de chegar no centro de Três Coroas, paramos numa tenda que anunciava caldo de cana e sucos. Essa sim, cumpria o que prometia. Eu pedi um caldo e o Cadu um suco de laranja. Pagamos por 1 copo mas eles servem o copo e deixam o restante da jarra na mesa e isso dá 2 copos! Seguimos viagem e às 14h45, mais ou menos, chegamos em Três Coroas!

Sugeri ao Cadu que ele subisse sozinho pois eu estava cansada, pressentindo que não aguentaria a subida. Ele achava que eu tinha que tentar então, combinei que eu tentaria se ele não esperasse por mim e foi o que fizemos. Ele foi na frente e eu atrás, devagar, a bicicleta tava tão pesada... De cara, tinha uma lombinha que estava em obras com paralelepípedos soltos na estrada, para piorar a situação. Ali, já não aguentei seguir pedalando e comecei a empurrar a Bici. Mais adiante a subida ameniza um pouco e voltei a pedalar, pensando feliz "se for assim, dá prá caminhar um pouco e pedalar outro pouco..." Triste ilusão! Depois daquele trecho, não vi mais plano reto, era só subida, subida e mais subida. E eu carregando a Bici. Lá pelas tantas, concluí que não conseguiria subir mais, nem empurrando a Bici e sentei na entrada de uma porteira, comi um pastel, descansei e pensei "pô, vir até aqui e não subir até o Templo, não dá, né?!" Resolvi continuar nem que encontrasse o Cadu já descendo. Continuei empurrando a Bici pois não tinha mais fôlego para pedalar, aliás, mal tinha fôlego para empurrar a bicicleta. Eis que, quando estava quase desanimando de novo, aparece um senhor subindo a pezito. Começamos a conversar, ele contou que subia por ali todos os sábados para se exercitar e perguntou de onde eu vinha. Quando disse para ele que vinha de Porto Alegre e não estava mais aguentando, que iria parar ali mesmo e desitir, ele retrucou que de jeito nenhum, que eu já tinha chegado até ali e só faltavam uns 2 Km, ele não deixaria eu desitir. E seguimos caminhando e conversando.
O seu Vilmar é natural de Porto Alegre e mora em Três Coroas há mais de vinte anos. Foi solteiro para lá, arrumou emprego, casou, tem uma filha e adora morar lá. Conversa vai, conversa vem, ele carregou a bicicleta para mim um pouco, eu fiz uma rápida avaliação nutricional para ele, tentei desistir mais umas duas vezes pois nunca vi 2 Km tão longos, mas ele não deixou e, finalmente, chegamos. Nos despedimos pois seu Vilmar continuaria sua caminhada pela estrada e eu entraria à esquerda para o Templo. Se não fosse o seu Vilmar, não sei se teria chegado lá, muito obrigada!

A visitação para o Templo fecha às 16h30, cheguei na recepção às 16h25, esbaforida, mal conseguindo falar. Apertei o interfone e uma voz perguntou: "Sim? Quer falar com quem???" Putz! Que pergunta! Quase respondi que queria falar com Buda mas decidi deixar a ironia de lado e expliquei que um amigo meu já devia estar lá e eu me encontraria com ele. Muito simpática, a voz abriu o portão lembrando que não podia fumar lá dentro. Ufa! Nem acreditava no que estava acontecendo, eu, entrando no Centro Budista! Consegui!!!!!!! Chegueiii!!!!!
Para minha surpresa, do portão até o Templo, era mais subida e no paralelepípedo! Lá fui eu, empurrar a Bici de novo. Cheguei no estacionamento e vi a bicicleta do Cadu, Estacionei a minha atrás e fui procurá-lo. Encontrei-o no próprio Templo. Sentei para descansar numa salinha que tem antes da porta de entrada. Para entrar no Templo deve-se tirar os sapatos e desligar o celular. Tentei disfarçar pois só queria ficar sentadinha, descansando ali mas o monge que estava cuidando daquela entrada me convenceu a entrar. Eu não fazia a mínima questão pois pensei que não seria uma boa idéia tirar meus tênis ali, depois de pedalar quase 80 Km debaixo de um sol escaldante mas o monge disse que não tinha problema, eles estavam acostumados... que putz! Tirei e entrei. Azar de quem ficou ali na salinha com meu tênis apesar, que ela é bem arejada.

Cadu, tentando mergulhar no laguinho.
O Cadu já tinha andado por todo o Centro Budista mas fez um novo tour para me acompanhar. Saímos de lá quase 17h30. Prá variar, eu estava com medo da descida pois tenho 2 tombos no areião nas minhas lembranças da infância. Mas tudo correu bem, quer dizer, não corri nem um pouco, desci freiando o tempo todo.
Chegamos em Três Coroas e foi muito fácil achar a Pousada.
Serviço da Pousada que ficamos em Três Coroas:
Pousada Raio de Sol
Banho tomado e saímos mais à noitinha para conhecer a cidade e procurar um lugar para comer. A ponte de entrada da cidade é muito linda, principalmente de noite quando está iluminada.

Cadu e eu na escadaria que vai para o pier. Muito lindo!



Estaria eu vendo coisas? Fotos com efeitos especiais by Leonardo Esch