Meu segundo contato com a Lagoa do Casamento foi programado para começar bem cedo. Leonardo combinou às 8h30 com o Germano, no camping da Pimenta. Saímos cedinho de casa, mas o pneu do carro furou antes da Varzinha. Ainda bem que o Germano também atrasou, assim não ficou esperando tanto. Com todo o entrevero, entramos nas águas da lagoa do Casamento pelas 10h, mais tarde do que gostaríamos.
Eu e Germano voltando, depois de deixarmos os carros na sede do camping. Foto do Leonardo

Ainda não tínhamos um roteiro certo então, Leonardo e Germano sugeriram que fossemos até o canal do Furado entrando pela Lagoa do Casamento e saindo pela Lagoa dos Patos. Foi o que fizemos, remamos aproximadamente 11 Km em linha reta, da saída do camping até a entrada do canal, na ilha do Furado.

Do lado esquerdo, Leonardo.
À frente, nosso destino: a ilha do Furado e o canal de mesmo nome.Foto do Leonardo
À direita, Germano e um barco pesqueiro.
"As regiões da Lagoa do Cerro, da Lagoa do Casamento e seus ecossistemas associados, situam-se na Planície Costeira do Rio Grande do Sul. Ambas reúnem um complexo de remanescentes naturais com representação de diferentes tipos de ecossistemas típicos da zona costeira: as dunas lagunares interiores, os campos litorâneos, lagoas, banhados (brejos, alagados e várzeas de diferentes tipos), as matas de restinga, as matas paludosas e os palmares de butiá (Butia capitata) ou butiazais. O fator principal de pressão antrópica sobre as áreas naturais remanescentes nessas áreas provém da agropecuária, especialmente pela presença de monoculturas extensivas que implicaram na perda de hábitats de banhados e matas de restinga." Fonte: http://www.biodiversidade.rs.gov.br/portal/index.php?acao=projetos_relacionados&id=3
Foto do Leonardo


Pesquisando sobre a lagoa do Casamento, observei que a maioria dos textos falam sobre a pesca na lagoa, sendo raras as referências abordando esportes náuticos, navegação ou lazer. Considerando-se a quantidade de barcos pesqueiros que tinha nesse dia, dá para entender o porquê.
Leonardo se aproximando da entrada do canal do Furado.
Água espelhada!

A travessia foi tranquila, a água estava espelhada e sem ondas. Um bando de biguás descansava na entrada do canal e Leonardo, que estava na frente, comentou que seria uma boa oportunidade para o Germano testar a nova máquina fotográfica. Nos afastamos um pouco para não assustar o bando e Germano fotografar tranquilamente. Alguns barcos pesqueiros se preparavam para o almoço entrando no canal e parando nas margens. Não sei se os pescadores chegavam a descer dos barcos, pois não tinha muito local adequado para aportar e por esse motivo, foi difícil achar uma praia para o nosso almoço.
Quase no fim do canal, entrando na Lagos dos Patos, encontramos um pedacinho de terra, bem pequeno onde cabiam exatamente, os três caiaques, e paramos ali mesmo.
O cardápio foi o mesmo da última remada: pastel. A sobremesa mudou, levamos negrinho de colher. O Germano preparou uma massinha no fogareiro e fizemos o bom e velho lanche coletivo.

Biguás nos galhos.

Leonardo admirando um biguá, bem de pertinho!
Remando pelo canal do Furado.
Muito verde, uma diversidade de plantas e sons. Garças, biguás, cisnes e um martim pescador foram as aves que pude apreciar neste passeio, fora as outras que não soube identificar.
O "Guri", cãopanheiro dos pescadores, esperando a hora do almoço dele.




Muitas flores na beira do canal.
Foto do Leonardo
Parada para o almoço.
Durante o almoço, Leonardo alimentou a lambarizada com o sanduíche que ele não comeu no café da manhã. A quantidade de lambari era tanta, que chamou a atenção de um martim-pescador, que ficou um bom tempo pousado, bem pertinho da gente e, pacientemente esperou a hora certa para atacar. Em seguida chegou outra ave.
Leonardo alimentando os lambaris e...
...o martim pescador.
O martim pescador esperando a hora certa para o ataque. 
Na saída do almoço, o Leonardo foi atacado por marimbondos, que rondavam o seu colete salva-vidas e que ficou pendurado no galho de uma árvore. Durante o lanche, percebemos a presença deles, mas na hora de voltar para a água e vestir o colete, Leonardo esqueceu deles e acabou levando duas picadas. Uma única vez na vida fui picada por um marimbondo e nunca esqueci o quanto arde.
Assim que voltei a remar, uma borboletinha pegou carona na saia do Quindim, mas voou em seguida.
Achei que remaríamos de volta, na direção do camping, mas decidiu-se ir para o lado oposto para conhecermos a Ponta do Anastácio, que não era muito longe dali.
O minúsculo e difícil pedaço de terra onde almoçamos ficava no finzinho do canal, à direita. Quem diria, que à esquerda teríamos praia a perder de vista. Porém, a primeira faixa de areia que vimos, não seria um bom local para aportarmos, pois fui até a margem para deixar um besouro que se afogava na lagoa e o cheiro que exalava daquela praia, não era nem um pouco agradável.
Seguimos mais adiante e paramos em seguida, numa longa extensão de areia.
Borboleta pegando carona.
Besouro náufrago.
Aportando na Ponta do Anastácio.



Um tronco desocupado.
Um tronco ocupado.Foto do Leonardo



Enquanto admirávamos e explorávamos aquela bela praia, o barco da Mangaviento chegou. Havíamos encontrado com eles em terra, quando o pneu do carro furou e eles pararam para ver se precisávamos de ajuda. No canal também passamos pelo barco, que estava parado na hora do almoço.
Mangaviento é um escola de kitesurf com sede na praia da Varzinha.
Ficamos um bom tempo conversando ali na praia, antes de voltarmos para a água para começarmos a grande remada de retorno.


Barco da Mangaviento chegando na praia da Ponta do Anastácio.

Parece que a dona desta pegada estava em dúvida sobre qual caminho tomar.
Marco geodésico, pequeninho no meio da foto.


Parece que derramaram Qui-suco na plantinha.

Rumo ao camping da Pimenta.



Lá pelas tantas, Leonardo remava bem à frente e um biguá pousou bem na frente do caiaque do Germano. Eu vinha logo atrás do Germano e registrei a inusitada visita. Normalmente, os biguás fogem com a nossa aproximação, mas este se exibia sem medo ou estava cansado porque em seguida tentou voar mas parou na água de novo. Abaixo, na sequência, o registro da visita.




Cansaço ou exibicionismo?Se lembro bem, a travessia de volta ao camping foi de 13 Km e levamos duas horas para fazê-la, admirando um belíssimo final de tarde. Depois de um determinado momento, com o cansaço chegando, parece que nada tá bom. Nenhuma posição no caiaque tá boa, os braços começam a doer, depois as costas, o tempo parece que não passa. Mas passa e a gente chega para o término de mais uma remada, mais um cantinho da lagoa explorado!
Abaixo, a minha chegada ao camping numa sequência de fotos clicadas pelo Leonardo. Mais fotos desta caiacada podem ser vistas nos blogs do
Leonardo e do
Germano.




Leonardo fotografando eu e Germano na chegada.
Não fotografei nenhum cachorro desta vez, mas encontrei uns gatinhos.