Havia chovido um pouco no dia e a mosquitama estava ouriçada! Era picada o tempo todo, mesmo com repelente! Impossível dormir na casa, pois as janelas não fecham, quanto mais, ter telas contra mosquitos.
Mas a nossa alegria por estar mexendo na casa pela primeira vez era tanta, que nem os mosquitos tiraram nossa empolgação!
Mas a nossa alegria por estar mexendo na casa pela primeira vez era tanta, que nem os mosquitos tiraram nossa empolgação!
"Prima noite na casa nova! Acabei de fazer o mate, Leonardo tá trocando fechadura da porta. Chegamos d tarde, fizemos rápida faxina. Instalados na casa mas dormiremos na barraca. Apesar dos mosquitos, estamos felizes e empolgados. Nada de chuva por enquanto, mas não ficaremos brabos se não tiver remada amanhã. Bjinhos! Nós"
Em seguida, algumas pessoas responderam.
Minha irmã, Rosane:
" Que beleza! Espero que os mosquitos não te levem embora... Aproveitem! Beijos!"
Mamazita:
" Que seja o início de uma vida muito feliz!"
Do amigo Clayton, sempre bem-humorado:
"Parabéns! Avisa pro Alemão deixar tudo limpo quando formos aí. Avisarei com antecedência p/ dar tempo de carnear o bode."
Clayton e Glovânia estiveram lá conosco, antes de comprarmos, quando estávamos na fase de namoro do local, e viram o morador do sítio na época, o bode Barnabééé, que teve um encontro, um tanto divertido, com o Clayton na ocasião.
Mas o Barnabé não ficou por lá, era do caseiro que o levou embora.
Mas o Barnabé não ficou por lá, era do caseiro que o levou embora.
Na verdade haviam outros moradores como a companheira do Barnabé, a cabra Gisele, que foi embora com ele, dois coelhos, que são da vizinha e andam por lá e um lagarto, que vi rapidamente, uma vez e nunca mais.
Desta vez, descobri outro morador, uma perereca, que fica dentro de casa, numa prateleira da sala, de onde ela não saiu, nem com toda a movimentação que proporcionamos.
Desta vez, descobri outro morador, uma perereca, que fica dentro de casa, numa prateleira da sala, de onde ela não saiu, nem com toda a movimentação que proporcionamos.
Ah, e tem os mosquitos, claro! Estes, não apareceram nenhuma vez, em todas as vezes que fomos lá, durante todo o verão em que ficamos namorando a área. Em compensação, desta vez eles foram e chamaram todas as famílias, amigos e etc!
Mas dormimos felizes na barraca e, como escrevi no torpedo, não ficaríamos chateados se, por acaso, amanhacesse chovendo e não saísse a remada, pois seríamos obrigados a ficar curtindo a casinha inabitável, com ou sem mosquitos.
Caiu uma chuvinha durante a noite, mas o dia amanheceu nublado com um tímido sol tentando aparecer no meio das nuvens. Nada de chuva! Acho que terá remada. Lá fomos nós para a ponte velha do rio Tramandaí.
Os participantes foram chegando, bem mais gente do que eu esperava! O começo da remada estava se aproximando, lanchas de apoio chegando, caiaques para os participantes sem caiaques chegando em fila e o meu frio na barriga aumentando! Estava com medo de inaugurar o Clandestino. Eu, tão bem acostumada com o Quindim Precioso, um largo Turismo, que dá até pra dançar em cima, andando num caiaque oceânico...ai, meu pai!!!! Pra ajudar, o tempo fechando cada vez mais.
O vento e a chuva aumentaram de tal maneira, que tínhamos que remar abaixados e junto da margem. Não dava para olhar para frente, pois os pingos da chuva doíam no rosto. A impressão que dava é que dávamos duas remadas para frente e andávamos três para trás, de tanto vento. Percebi que as lanchas e o barco da organização começaram a resgatar alguns remadores que preferiam desistir. Nós três, o Márcio e o amigo no caiaque duplo, e mais alguns poucos remadores seguiram adiante. O resto todo, foi resgatado no meio do caminho. Confesso, que em alguns momentos da remada, foi o que desejei também, mas chegamos até o final, ou melhor, o final era para ser na barra da lagoa de Tramandaí mas, devido ao mau tempo e as ondas na lagoa de Tramandaí, sugeriram que parássemos num clube, um pouco antes da lagoa.
Depois desta aventura, descobrimos que foi um ciclone que havia passado por ali e em outras regiões do Rio Grande do Sul. Os jornais e tele-jornais de segunda-feira, mostravam, com destaque, os estragos causados pelo tal ciclone. O ciclone lá fora, fazendo estragos, e eu dentro d'água, "tranquiiila"...
Não tenho nenhuma foto da remada, pois não tinha como largar os remos para fotografar. E não vou considerar esta, a remada de inauguração do Clandestino, pois não deu para conhecer o caiaque nestas condições.
Não sei quantos caiaques começaram a remada, uns trinta talvez, mas não chegaram dez. Eu, Leonardo, Leonardo Maciel, Marcio e o amigo no duplo, e mais alguns gatos pingados, molhados, cansados e, pelo menos da minha parte, apavorados, finalizaram a Remada da bacia do Tramandaí.