Uma das coisas que marcou o mês de dezembro, dentro da correria que foram os últimos meses, foi o meu envolvimento com estas pequenas e simpáticas aves, as corruíras. Esta, da primeira foto, que acredito ser a mesma da foto abaixo e que fez ninho na casinha, entrava dentro de casa pelo janelão da sala, onde ela aparece na foto, para catar os insetos.
As vezes concordo com meu irmão, que chama o Recanto de Jurassic Park, pois aparecem muitos bichos estranhos aqui. Volta e meia acontece uma chuva de insetos, num período da noite, normalmente, entre 21h -22h. São uns bichinhos chatinhos, meio gosmentinhos com asas enormes. Mas é tanto bicho que aparece, que vêm atrás da luz, mas tanto, que o chão fica coberto deles, os potes de água dos cachorros ficam tomados, eles grudam nas janelas, nas teias de areia, ficam por tudo. Éca! Impossível sair na rua quando eles aparecem!
A maioria destes insetos morrem, mas alguns poucos ficam meio tontos e as corruíras fazem a festa!
Em dezembro, no começo do mês, um casal de corruíras fez ninho numa das casinhas que colocamos perto da porta da sala.
No mesmo período, um casal de canarinhos havia feito um ninho dentro de um tênis do Leonardo, que fica pendurado no cabideiro que tem na varanda.
Estava tudo bem e tranquilo, até o dia em que percebemos a pequena corruírinha muito agitada. Fui olhar o que estava acontecendo e ela não se afastou e pulava no chão e no monte de lenhas que temos na varanda. Eis que me deparo com uma enorme cobra verde, acho que são as cobras cipós. Chamei o Leonardo que não ouviu então, peguei uma vassoura e corri com a cobra. A corruíra ficava em volta, gritando e mostrando para mim onde estava a cobra, que se confundia com o verde da grama.
Não demorou muito para a corruíra voltar a gritar e lá estava a cobra, de novo! Desta vez, o Leonardo veio com o pegador de cobras e tentou pegá-la, mas estas cobras são muito ágeis, rápidas e escorregadias! O que mais nos impressionou, foi a reação da corruíra, que ficava em volta do Leonardo, bem pertinho muitas vezes, avisando onde estava a cobra, que se camufla muito bem no meio da grama e das plantas. Nossos olhos humanos não conseguem acompanhar, mas os olhinhos das corruíras não perdiam a cobra de vista! Impressionante!
Deste dia em diante, foram várias tentativas de ataque de cobras verdes. Esta maior sumiu por um tempo depois do embate com o Leonardo, mas mandou as filhas, uma menor e outra menor ainda, para ver se a gente se comovia e deixava elas atacarem os ninhos. Nem pensar! Elas que aprendam a comer capim! Os meus ninhos elas não atacam! E as corruíras sabiam que podiam contar com a gente, pois começavam a gritar na porta da sala para chamar a nossa atenção, cada vez que as cobras apareciam. E a gente tentava pegar as cobras e a corruírinha ia nos dizendo onde ela estava.
As cobras tentavam atacar o ninho dos canarinhos, no tênis, e o ninho das corruíras, na casinha, mas era sempre a corruíra quem nos avisava, fosse de que lado fosse o ataque.
Se observarem bem na foto acima, tem dois canarinhos, um em cima de um tênis e o outro na parede, bem no meio da foto.São os dois filhotes de canarinhos, no dia em que deixaram o ninho. Foi numa manhã de sábado.
O canarinho do tênis voou rapidinho, já o da parede estava mais assustado e demorou um pouco mais. Fiquei a manhã toda acompanhando de longe, a movimentação dos pais e dos filhotes, neste dia tão importante para eles.
E eles voaram e o Leonardo tirou os tênis da parede. Agora, tínhamos que cuidar apenas das corruíras da casinha.
Infelizmente, numa das minhas subidas pelo pátio, quando voltei, peguei a cobrinha em volta da casinha com um filhote na boca. Fiquei arrasada! Mas logo descobri que havia outro filhote, pois o casal continuou levando comida para o ninho.
E chegou o Natal e passaríamos o dia 24 e 25 fora, e eu preocupada com o ninho. Pensei, pensei e, com a ajuda do Leonardo, prendemos estes pedaços de papelão na parede, para tentar impedir o ataque da esfomeada cobrinha.
E deu certo pois, nos dias seguintes descobrimos dois biquinhos dentro da casinha, ou seja, eram três filhotinhos! Não consegui fotografar, mas a cena era muito engraçada! Não tinha ninguém perto da casinha, mas os bichinhos ficavam com os biquinhos abertos esperando o pai e a mãe trazerem comida.
Nesta semana os bichinhos começaram a ficar impacientes e ficavam assim, com meio corpo para fora da casinha. Foram uns dois dias assim, até que ontem, voaram!
Não consegui ver se ainda tinha os dois no ninho, mas acredito que sim. Também não vi quando deixaram a casinha, como acompanhei os canarinhos. Eles devem ter voado de manhã bem cedo, pois quando comecei a função de alimentar a bicharada, já não tinha mais ninguém.
Mas acompanhei os primeiros cuidados dos pais, pois eles apareceram perto da porta da sala, onde os pais costumavam ficar, e depois vi que estavam no limoeiro, perto da casa também.
Valeu à pena o tempo investido no cuidado aos ninhos! Muitas vezes eu estava cozinhando, ou pintando as caixas de Natal, e largava tudo para correr com a cobra.
Leonardo trocou o cabideiro da parede e colocou os tênis de volta. No outro dia, já tinha canarinho fazendo ninho... os cuidados continuam...
O Leonardo fica argumentando que a cobra também precisa se alimentar, mas já disse e repito, elas que vão caçar longe de mim! Ninho meu elas não atacam! Que virem vegetarianas como eu! :)
Tamanha aventura, Tiane, a aliança entre vcs e os passarinhos, especialmente as corruírinhas guardiãs da sua prole e da família humana também. Que delicioso relato. Caso-verdade emocionante.Um exemplo de linda convivência entre as espécies, mas concordo contigo, as cobras que virem vegetarianas e ponto.
ResponderExcluirAproveitando o tema,estou preparando uma postagem retrospectiva do Verdinho. Gostaria de saber se vc me autoriza a usar uma das tuas fotos feitas na postagem original.
Bom final de semana por aí.
Bjo,
Calu
Esses insetos com asas enormes são cupins que perdem as asas e vão a procura de uma madeira mole para devorá - la. Costumávamos caçá - los com uma pequena bacia com água. Bacana o seu relato sobre a corruíra, na verdade correu perigo pois pássaros são comida de cobra também. Uma heroína. E o ninho dentro do tênis, bem legal. Abs.
ResponderExcluirQue amor as corruiras.Lindo post. Ontem com a LENA, falamos em ti! Ela é minha vizinha aqui...bjs praianos,chica
ResponderExcluirAdorei o relato. Até já virei fã das corruíras hehehe bjs
ResponderExcluirTiane estava fazendo uma pesquisa no google sobre biscoitos e acho seu blog, e mais legal é que passo sempre por Maquiné quando vou visitar meus familiares na Barra do Ouro, passando Maquiné! Realmente, as cobras verdes apavoram, principalmente quando vamos tomar um banho de rio e elas aparecem "voando" sobre a água. Já tomei cada susto ... Beijos e já deixei seu bolg na barra de favoritos!
ResponderExcluirOhh que lindos passarinhos! Amei a historia, que pena a cobra levar um deles. O tênis é um lugar perfeito para o ninho.
ResponderExcluirBeijinhos
Que lindos os passarinhos! O teu cuidado com eles é tão comovente. E estou contigo: a cobra que vire vegetariana, ora essa! :) Estou de volta a visitar os blogs amigos e é sempre um prazer estar aqui! Enviei-te um email! Beijo grande.
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