Esta foi a última colheita aqui em casa, um tomate, uma moranga e um abacaxi. Ops! Um abacaxi de plástico? Calma, já explico!
Dia 2 de fevereiro é feriado em algumas cidades do RS, feriado de Nossa Senhora dos Navegantes, e Leonardo e eu passamos o dia em Torres, onde estavam meus pais e os companheiros de caiaque surf do Leonardo, Rogério e Fernando.
Os três passaram a tarde dentro d'água. Quer ver homem virar criança? São esses três remando!
Eu e a mãe fomos bater perna no centro a procura de um chinelo de dedo pra mim e depois, fomos para a beira da praia com o pai, para tomar chimarrão e fotografar o surf dos guris.
Pai arrumando o banquinho improvisado de tronco de árvore para a mãe.
Sabe há quanto tempo não vejo meus pais na beira da praia assim? Eu também não sei, mas sei que minha sobrinha tem 18 anos e foi bem antes dela nascer, com certeza!
Mas isso só aconteceu porque estava nublado, pois a mãe não pode pegar sol, já que tem alergia.
Foi uma tarde muito legal!
Ah, e o que o abacaxi tem a ver com tudo isso? Simples! Eu sempre quis uma jarra dessas, de abacaxi, era um sonho de consumo! Amava ver aquele abacaxi na mesa da Grande Família e queria o meu abacaxi também! Assim, bem breguinha!
Lembro de ver essas jarras em criança, mas nunca mais vi, só na televisão, em quase todos os episódios da Grande Família, lá estava a jarra de abacaxi na mesa deles!
No feriado, depois do almoço com o pai e a mãe, fomos os quatro, no super-mercado. Eis que, encontro o meu tão sonhado abacaxi para vender naquele super!
Eu peguei o abacaxi e fiz uma cena DAQUELAS! Eu exclamava: "olha, o abacaxi da Grande Família! Meu sonho de consumo! Há horas que procuro este abacaxi, como eu queria!" , e por aí vai. O Leonardo e a mãe me olhavam com uma cara, um tanto incrédulos e com um sorrisinho amarelo. O pai ficou com um sorriso de pai e, depois de alguns minutinhos assistindo aquela cena tão dramática, finalmente, declarou "então,tá! Eu te dou o abacaxi!" Eu fiz uma festa e saí abraçada com minha jarra plástica de abacaxi de sete reais! Sim! Sete reais! Toda aquela encenação por sete reais!!
Na verdade, eu realmente fiquei feliz ao ver o abacaxi e o objetivo da encenação era que o Leonardo me desse a jarra, mas ele nem se coçou, ficou firme, me olhando com aquela cara "terminou?".
Sem querer, fiz com que o pai me desse algo que eu tanto queria, e voltei à infância na mesma hora, pois lembrei quando fazíamos os ranchos mensais no supermercado Zaffari da avenida Ipiranga, um dos maiores mercados da época.
As compras eram feitas de noite, quando o pai voltava do serviço e era uma festa! Íamos todos ao super, pai, mãe, eu e meus dois irmãos, o Mano e a Rosane. O supermercado era enorme e a gente passeava por todos os corredores. Tinha uma sessão enorme com discos de vinil e nós três ficávamos horas olhando todos os LPs. E também tinha muitas revistas em quadrinhos! Era bom demais! Cada um podia escolher uma revistinha. Eu sempre escolhia alguma, da Turma da Mônica, a minha irmã eu não lembro, mas acho, que ela gostava dos Almanaques Disney e Tio Patinhas, e o Mano escolhia a revista do Riquinho, ou do Pato Donald, ou Morcego Vermelho.
Mas o que eu lembrei com a jarra do abacaxi, foi que, nós éramos crianças super obedientes, não ficávamos pedindo "quero isso, quero aquilo", porque a gente sabia que não ia levar. Sempre que saíamos de casa, ouvíamos com muita atenção, as orientações da nossa superiora, nossa querida e convincente mãezinha, sobre o que podíamos fazer e o que não devíamos fazer ou pedir. Se alguém saísse do trilho era convidado para um particular no banheiro, o que não era nada agradável. Assim, ela comandava, apenas com um olhar, os três pimpolhos dela! O pai só era chamado nos casos mais graves e se isso acontecia, sai de perto! Eu morria de medo daquele baita chinelo do pai, apesar de não lembrar, ter apanhado de chinelo alguma vez na vida.
Mas voltando ao super, quando eu queria muito, alguma coisa no supermercado, eu nunca pedia para a mãe, pois sabia que não ia levar. A mãe era firme, ia com a listinha e não desviava dela. Já o pai... era só chegar no pai, como quem não quer nada e mostrar o objeto de desejo, quase sempre um salgadinho, um iogurte, um chocolate ou uma bolachinha, e mostrava para ele, dizendo "bah! olha isso aqui, que tri! Tem isso, isso e isso. É assim e assado. Bah, deve ser bem legal, né?!" Quase sempre funcionava! Ele dizia "vamos levar para experimentar", e tínhamos uma Tiane feliz!
Sem querer, juro, que foi sem querer, fiz a mesma coisa que fazia quando criança. Usei todo o meu charme de filha caçula e saí feliz do supermercado, com a minha jarra plástica de abacaxi!
Obrigada pai! Mais uma vez! Agora, só falta reunir de novo, a minha grande família.
Que post mais lindo, fofo, família! Recordações bonitas da infância! Agora percebo porque você é tão especial... é que vem de uma família especial!
ResponderExcluirGente, esta jarra faz parte de minha infância e boa parte da adolescência. Ainda era "fashion". Aliás, minha mãe adorava estas coisas. Quando ia no Brique só ficava apontando: "olha, a gente tinha isso em casa e isso e isso". se tivéssemos guardado tudo que a mãe tinha, teríamos uma banquinha de antiguidades hehehe
ResponderExcluirAdorei o "abaxaqui", me traz memórias doces de Ki-suco ;
:)))) Só você mesma... vê se pode?
ResponderExcluirUm abraço!
Egléa
Que história mais bonita! Beijos e que reúnas logo logo a tua grande família, coroada por esse abacaxi do amor!
ResponderExcluirAhhh que post gostoso!
ResponderExcluirMe fez reviver minha infância também. As compras eram nos finais de semana, já que morávamos longe do mercado e nossa alegria era olhar os brinquedos, depois, mais mocinhas - os LPs. As orientações antes de sair de casa eram as mesmas e não havia gritarias e ameaças que nunca são cumpridas como hoje em dia. Bastava um olhar da mãe. E se as palavras "em casa a gente conversa" fossem pronunciadas, estávamos ferradas! Nem adiantava começar a agradar e beijar pq o bicho ia pegar feio ao chegar em casa rsrsrs. Assim como vc também queria algumas coisas, mas não pedíamos, pois sabíamos que o pai não podia comprar e então esperávamos até que um dia o presente tão sonhado chegasse.
rsrs eu ri muito com a história da jarra rsrs, toda a cena e inclusive a felicidade por algo brega que é tão simbólico. E é isso mesmo! Como dizia a Regina Casé, "quem não for brega que atire o primeiro pinguim!" rsrs.
Adorei ver a jarra e saber de toda a história.
Até hoje, eu lembro dos suquinhos que vendiam em plásticos com formatos de várias coisas na feira. Gostava do colorido dos sucos e do formato, mas a mãe nunca comprava. Dizia que eram caros e artificiais, que estava levando laranjas e nós tomaríamos suco de laranja rsrs.
Pena o Leonardo não entender a "direta", mas bom que tudo acabou bem e viva a jarra!!!!
Gostei de ver a foto dos seus pais na praia, tão bonitinhos!
Abraços pra eles, pra vocês e lambeijos pra tropinha.