domingo, 14 de julho de 2013

Pedalada da Amizade - Terceiro e último dia - Serra do Umbú - Barra do Ouro - Maquiné - Rondinha

 O dia começou cinza e com um chuvisqueirinho de leve.
Tomamos café, desmontamos as barracas, juntamos as tralhas, passamos bicicletas e tralhas por cima da cerca, atravessamos o valinho e tratamos de começar nosso terceiro e último dia de pedalada.
Leonardo passando uma bici por cima da cerca de arame farpado.
Meu herói!!!!!
Evânder, o atleta!
Agora a outra bici! Meu herói!!!
Evânder passando pelo valo.
Eu me arrumando depois de registrar tudo. 
Foto do Leonardo
E pé na estrada! A chuva não veio,o clima foi esquentando e nós, a roupa tirando.
Foto do Leonardo
 No primeiro dia de pedalada passamos pelo nosso maior desafio: subir a Serra do Faxinal, em Santa Catarina. No terceiro dia tínhamos a "difícil" tarefa de descer a Serra do Umbú.
Parada para descanso, lanche e fotos.
Foto do Leonardo
A minha bici "Laranjinha" e uma capelinha para Santo Antônio, protetor da Serra do Umbú.
A capelinha ficava numa parte mais alta e todo o gramado estava tomado por estas pequenas e delicadas florzinhas.


Linda estrada antes de começar de fato, a descida da Serra.
"A preservação da natureza é de responsabilidade de todos." 
Pena, que ainda precise lembrar isso para a "civilização".
Antes de começar a descida para valer, paramos em um mirante de onde se tem uma bela vista da serra, da estrada que serpenteia a floresta e até de algumas cachoeiras encravadas no meio da mata.

Foto do Leonardo
Verde a perder de vista!

Zig estava feliz com tanta beleza! 





Registro oficial ainda no mirante.
Antes de começar a descer, Leonardo resolveu repor o estoque de carbohidratos comendo algumas bisnaguinhas. Apareceu um cachorro magrelinho, magrelinho, que acabou comendo quase todas as bisnagas. Imaginem a fome do coitadinho, para devorar pão seco. Pobre bicho!
Hortênsias.
A descida foi tranquila, apesar das curvas e das muitas pedrinhas no caminho. Leonardo e Evânder desceram voando e eu, freando!!! Morro de medo de cair no meio do areião e das pedras soltas!


Quase no final da descida.

Foto do Leonardo
Assim que paramos de descer, passamos a pedalar ao lado do rio Maquiné.

Embasbacados com o cenário, Evânder, que sonha em ter um sítio, comentou que moraria ali  tranquilamente, e eu concordei com ele, sem imaginar que não demoraria muito para Leonardo e eu adquirirmos o nosso sitiozinho por aquelas bandas.
A paisagem era de encher os olhos! O rio e muito verde! 
Que cenário para uma pedalada!!!
Uma ponte pênsil.
E uma ponde de pedras.
Fotos do Leonardo.
O visual nos obrigava a fazer várias paradas para fotografar e admirar a paisagem!
E aproveitando para se refrescar um pouco.

Evânder.
Paramos para almoçar na localidade de Barra do Ouro. 
Barra do Ouro é um distrito de Maquiné, aqueles lugares que se tu piscar, não vê a cidade.
Leonardo já fez amizade no restaurante.
Depois de Barra do Ouro, chegamos na cidade de Maquiné, onde pedi água, ou melhor, pedi para pararmos num bar para comprar uma Coca-Cola, pois estava sentindo uma leve indisposição estomacal.
Passando Maquiné reencontramos a BR 101 e seu intenso tráfego.
A BR 101 e o túnel do Morro Alto estavam em obras. Por causa do túnel, todo o tráfego estava sendo desviado pela antiga 101, sem duplicação e com acostamento, quando tinha,  em péssimas condições, o que exigia muita atenção dos motoristas e ciclistas.

Na localidade de Morro Alto nos despedimos do Evânder, que seguiu pedalando pela BR 101, na direção de Viamão.
Assim que Evânder saiu, comentei com Leonardo que eu não estava bem. Desde o primeiro dia da pedalada, sentia algumas cólicas estomacais que não me atrapalharam até o almoço de hoje. Eram apenas algumas cólicas que apareciam de vez em quando e não afetaram o meu estômago. Desconfiava ser da água que Evânder e eu tomamos direto da fonte, na subida da Serra do Faxinal. 
Depois do nosso almoço na Barra do Ouro, as cólicas se intensificaram por isso, pedi uma Coca-Cola em Maquiné, e a vontade de ir ao banheiro apareceu em seguida. Enquanto Leonardo conversava com Evânder na despedida, eu olhava para os lados procurando um bar ou algum estabelecimento onde houvesse um banheiro. Não vi nada parecido e voltamos a pedalar, agora só Leonardo, eu e minha indisposição. 
Bicicletas largadas na beira da estrada "por motivo de força maior"!
Foto do Leonardo

Passamos a pedalar pela rodovia na direção de Capão da Canoa. 
Tentei ignorar aquelas cólicas mas a coisa apertou de um jeito, que tive que parar na primeira moita que encontrei. Que vergonha! Procurar uma moita em plena estrada, com os carros passando a toda hora! Mas era isso ou... Ali, percebi que eu não estava bem! Imaginem a cena, eu saindo do meio do matagal e Leonardo peguntando "e aí?". Eu respondi que a coisa tava feia mas como a sensação imediata foi de alívio, me sentindo um pouco melhor, continuamos a pedalar, devagarito...
Parada sobre a ponte do Canal João Pedro, onde Leonardo e eu passamos de caiaque com alguns amigos.
Achei legal passar por uma ponte que eu conhecia por baixo.

Foto do Leonardo
Desde a parada estratégica para alívio imediato, só pensava em tomar mais uma Coca-Cola. A água não descia bem, só pensava em Coca-Cola, mas lembrei que a mãe havia passado mal há  alguns dias e o médico havia receitado Gatorade para repor os aminoácidos e evitar uma desidratação. Além da minha indisposição estomacal, mesmo que só tivesse ocorrido um episódio, eu estava em pleno esforço físico por isso, ao chegarmos em Capão da Canoa, paramos na primeira padaria e comprei um. A sensação não era a mesma que uma Coca, mas com certeza, era a melhor opção para aquele momento.
Ao invés de voltarmos pela Estrada do Mar, Leonardo optou por pedalarmos pela Interpraias, estrada que passa pela área urbana, para ficarmos  protegidos do vento. Estávamos em Capão da Canoa e seriam várias praias até chegar em Rondinha.
Continuamos pedalando contra o vento e eu, contra a dor de barriga, como bem falou o Leonardo na sua postagem
Chegando na praia de Capão Novo.
Foto do Leonardo

Veraneava em Capão Novo e Capão da Canoa na adolescência. Papis e mamis alugaram casa em Capão Novo por dois anos seguidos, até que resolveram comprar um apartamento em Capão da Canoa. Lembro que quando íamos de uma praia para a outra, ainda não existia a Estrada do Mar e pela Interpraias passávamos por várias pequenas praias, mas muito pequenas mesmo, onde haviam pouco mais de uma dúzia de casas, e entre essas prainhas só haviam cômoros de areia e mato. 
Não andava pela Interpraias há muito tempo e qual não foi a minha surpresa ao descobrir que não existiam mais cômoros de areias e mato entre uma praia e outra. As praias se juntaram de uma tal forma, que não se sabe onde termina uma e começa a outra. É um mar de casas!
As cólicas vinham com força de vez em quando, dava um fisgada daquelas e passava, como se nada tivesse acontecido. Achei que ia conseguir pedalar os 25 km até Rondinha mas ao ver que não haveriam moitas para me socorrer num caso de urgência, e com as fisgadas que iam se intensificando, comentei com o Leonardo que achava melhor dar a pedalada por encerrada, chamando o pai dele para nos socorrer.
Vendo que eu não estava em condições de continuar a empreitada, Leonardo ligou para o pai, que sempre muito gentil, veio nos ajudar.
Esperando seu Egon e a Variant.
Distância pedalada no dia: 90,26 km.
Lá vem o sogro na sua Variant vermelha ano 75!
Foto do Leonardo
No caminho para a casa dos sogros, achei que tinha me precipitado, pois não senti mais nenhuma cólica até chegar bem perto da casa deles. Sem exagero nenhum, perto da esquina da casa dos sogros, senti uma cólica tão forte, que mal deu tempo de chegar até o banheiro. 
Do banheiro, fui para o chuveiro e do chuveiro fui para cama. Levantei para tomar uma sopinha que a sogra preparou e voltei para cama.  No dia seguinte, acordei um pouco melhor, tomei café quase normal mas Leonardo ficou de cama com vômito e diarréia. Desde que comecei a sentir as cólicas, no primeiro dia de pedalada, achava que a água da fonte havia sido a causadora do estrago, mas só quem bebeu a água foi eu e Evânder, que não teve nenhum problema de saúde. Leonardo, que não bebeu a água, ainda ficou pior que eu, pois eu não tive vômitos.
Café da manhã no dia seguinte.
Foto do Leonardo
Godofredo solidário, ficou de cama conosco.
Me recuperando do mal-estar, fotografei as flores e frutas da casa da praia dos sogros.






Apesar deste final meio desastroso, esta foi uma das melhores viagens da minha vida! A pedalada foi ótima! O roteiro escolhido é lindo demais!  E a companhia do Leonardo e do Evânder foi perfeita! Evânder, nosso amigo atleta, não teve só paciência comigo, ele foi sempre muito gentil e solidário! E Leonardo, que já foi até o Chile de bicicleta, além da paciência, me deu o prazer de sentir um pouquinho, o que é o cicloturismo. Obrigada Evânder e Leonardo! Obrigada também aos pais do Leonardo pelo apoio e suporte de sempre, e aos meus pais, que além do apoio, ficaram tomando conta da bicharada para eu poder acrescentar essa pequena aventura no diário da minha vida!
Trajeto realizado e distância total pedalada nos três dias: 241,07 Km

Um comentário:

  1. Que legal o passeio de vocês, passaram por lindos lugares, o cenário maravilhoso. Deves ter comido alguma coisa que não fez bem, ou foi o exercício muito forte. Ainda bem que tudo deu ceto. Um belo passeio, adorei o carro do teu sogro, um obra de colecionador.
    Bjos e tenha uma ótima semana.

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