Depois de quase duas semanas sem pedalar e uma gripe que me pegou de jeito, como há muito não pegava, finalmente apareceu uma oportunidade! Tava programando alguma coisa para sábado ou domingo e para os lados de Viamão mas a Silvana sugeriu Guaíba no feriado de Sexta-Feira Santa. Falei com o Cadu, que resolveu não arriscar porque precisava trocar um cabo da bicicleta dele então, fomos Silvana e eu.
Confesso que fui meio sestrosa porque a Sil queria ir até Barra do Ribeiro e eu ficava meio pé-atrás em ir a Guaíba, pois não sei se li ou ouvi alguém comentar que era ruim de pedalar nas pontes, que não tinha um acostamento e as bicicletas precisam disputar lugar com os caminhões, que são muitos. Mas fui, pois não sou de desistir por medo...
Acordei cedo, alimentei a bicharada, aquela coisa toda de sempre. Claro, que quando estava saindo no portão apareceu a Preta pedindo comida então, tive que voltar, fazer um pratinho prá ela e aí sim, consegui sair sob os olhares indignados da Serena, Jackie, Laika e Bambam, que sentiram que ficariam sozinhos no feriado. Mas fazer o quê...?
Bambam com colar, Laika, Jackie e Serena me dando tchau na frente de casa. O Bambam tá com colar por causa da cirurgia que teve que fazer na orelha.
Saí de casa às 8hs, horário combinado de encontrar a Silvana na esquina da Assis Brasil com a Saturnino de Brito, ou seja, eu estava atrasada. Culpa da Preta!
O ar gelado me lembrou de pegar um lencinho pois estou saindo de uma gripe e meu nariz ainda "chora" um pouco. Não tinha como levar lenços de papel, não teria como ficar pegando lencinhos cada que vez que precisasse e não tava a fim de pendurar um lixinho na Bici. Imaginem a cena... aí, peguei aqueles velhos lencinhos de pano que quase coloquei fora numa das últimas arrumações feitas no guarda-roupa. Lembro de usá-los muito quando era criança e lembro com carinho de uns, da Turma da Mônica. Adorava ficar gripada para usá-los. Achei que não usaria mais esses lencinhos pois hoje , só usamos os de papel mas vejam só, que bom que não me desfiz de todos.
Lencinho na mão (não o da Turma da Mônica), lá fomos nós, Bici e eu ao encontro da Sil. A cidade estava vazia, uma beleza!
Avenida Assis Brasil vazia, só às 8 da manhã de um feriado...Saída da cidade, acesso às pontes. Também deserta.Saindo da Avenida Sertório chegamos rapidamente no acesso à famosa ponte do Rio Guaíba, que quase virou símbolo da cidade. Era uma das candidatas de um concurso que oficializaria o símbolo de Porto Alegre. Acho que o escolhido foi o monumento ao Laçador, na entrada da cidade, via BR116. Particularmente, escolheria algo que não tivesse sido criado pelo homem, alguma paisagem natural, como o próprio lago Guaíba. Polêmicas à parte, a ponte sobre o Rio Guaíba, a primeira das quatro pontes que formam o conjunto do delta do Rio Guaíba, contém uma das raras pontes levadiças em funcionamento no Brasil.
Depois vem a ponte sobre o Furado Grande e a ponte sobre o Saco da Alemoa. Por último, a ponte sobre o Rio Jacuí, braço principal do delta.
Eu, posando na ponte do Rio Guaíba. Silvana tentando saltar da ponte. "Em dois inquéritos civis que tramitaram no Ministério Público, um na Promotoria do Meio Ambiente desde 2002 e, outro, na Defesa da Ordem Urbanística, desde 2005, ficou constatado que pessoas que coletam resíduos sólidos urbanos na cidade de Porto Alegre descartam o que não tem valor comercial nas margens do Rio Jacuí e do Lago Guaíba. Conduzindo carroças puxadas por cavalos, atravessam a ponte do Lago Guaíba em direção às ilhas Grande dos Marinheiros, Flores, Pavão e Pintada, onde residem e reciclam grande parte do material, descartando no meio ambiente o restante. Conforme os Promotores de Justiça, o depósito de lixo “vem agravando-se progressivamente nas ilhas do Delta”, desde o início dos inquéritos civis. “Temerosos da repercussão social decorrente de alguma intervenção na atividade dos carroceiros, o Estado e o Município nada têm feito para coibir o ingresso de lixo nas Ilhas”, relatam. Um estudo feito pela Divisão de Assessoramento Técnico do Ministério Público na Ilha Grande dos Marinheiros comprovou que grande parte do material recolhido pelos carroceiros em Porto Alegre não é reciclável. Assim, são descartados em depósitos irregulares de lixo, gerando a proliferação desenfreada de cães, gatos, ratos, moscas, mosquitos, fungos e bactérias. O chorume - líquido venenoso que se forma na decomposição do lixo – escorre em superfícies do Parque, provocando a contaminação dos arroios, rios, córregos e canais que deságuam no Guaíba. Conforme os Promotores, a situação das inúmeras pessoas que habitam irregularmente a área “é caótica”. Além dos graves problemas sanitários, a grande maioria das habitações é precária. “São barracos onde seres humanos vivem em condições miseráveis, sujeitos a todo tipo de dificuldades, desprovidos de abastecimento de água e tratamento de esgoto”, ressaltam. “Desde a sua criação, em 1976, o Parque Estadual Delta do Jacuí é um parque 'de papel', porquanto até a presente data não foi efetivamente implementado”, finalizam.
Agência de Notíciasimprensa@mp.rs.gov.br(51) 3224-6938 Fonte:http://www.mp.rs.gov.br/imprensa/noticias/id13855.htm
Esta legenda ficou um pouco grande mas resolvi postar mesmo assim, pois resume (sim, resume) e define muito bem o que vemos de ponte em ponte do Delta do Jacuí, a principal entrada para a capital para quem vem do sul do estado. E não pensem que o problema é apenas visual. E tem gente que acha que essa gente tem que continuar catando lixo... até parece que isso é vida...
O trânsito que estava quase parado se transformou de repente. Parece que todos acordaram ao mesmo tempo.
Silvana na ponte sobre o rio Jacuí admirando a paisagem abaixo.Eu e as bicis. A árvore de Pisa...Uma das muitas vantagens de viajar de bicicleta é que bicicleta não paga pedágio.Minha sombra andava mais rápida que eu tentando me ultrapassar... é que ela não tava gripada...
O plano da Silvana era ir até Barra do Ribeiro mas chegando no entroncamento de Guaíba vimos a sinalização indicando 40Km até lá. Me desculpei com ela argumentando que estava me sentindo um pouco cansada por causa da gripe... e não queria chegar em casa tão tarde... e, enquanto ela tentava dar ração para um cãozinho magricela que andava por ali e não nos deixava chegar perto, decidimos deixar a Barra para outro dia e passear pela cidade de Guaíba!
Lá na calçada, o magricelinha comendo a ração depois que nos afastamos.
Voltamos até a entrada principal e seguimos em direção ao centro da cidade. Eu tinha uma leve lembrança de como se chegava na beira do rio mas, por segurança, perguntamos para uma senhora em uma parada de ônibus que nos indicou o caminho com muita simpatia e um sotaque bem engraçado.
O rio Guaíba ao fundo, no centro da cidade de Guaíba. "Guaíba é um municípo brasileiro do estado do Rio Grande do Sul. Pertence à mesorregião Metropolitana de Porto Alegre e à microrregião de PortoAlegre. É um município que conta com as águas do Lago Guaíba.
A palavra Guaíba é de origem tupi, gua-ybe e tem o sentido de "baía de todas as águas". A grafia arcaica era Guahyba." Fonte:www.wikipedia.org
Aquela rua da foto acima termina aqui onde está a Sil.
Dali onde estava a Sil víamos um quiosque e resolvemos ir até ele. E do quiosque víamos um pier e resolvemos ir até ele... Lááá no fundo, a Ponta Grossa em Porto Alegre.
A cidade de Porto Alegre vista da cidade de Guaíba. Visão contrária do que eu costumo ter.
Silvana e eu com Porto Alegre ao fundo.Duas biciletas, uma causa! Lá do pier onde estávamos, Silvana avistou uma ponta muito bonita e comentou se seria uma praça e eu achei que fosse uma área particular pois era um gramado muito bonito. Como estávamos a passear, fomos verificar e, para a nossa surpresa era uma praça mesmo. Bem perto da rua ela começa com várias árvores e depois segue com um belo gramado até a beira do rio.
Agora ao contrário, vendo o pier e o quiosque ao longe.Seguimos pelo calçadão que, infelizmente não é contínuo, tem degraus e algumas vezes é interrompido ou por obras ou por casas particulares. Ficamos pensando por quê acontece isso. As orlas deveriam ser de todos e não privatizadas.
No meio do caminho, um prédio abandonado datado de 1927 com o nome São Geraldo gravado em uma das paredes. Uma bela construção numa área enorme e também abandonada. Fiquei admirando e pensado o que teria sido aquela bela construção e imaginando o que se podia fazer numa área daquelas: um centro cultural, uma associação, uma ong, sei lá. Andamos mais um pouco e encontramos uma placa que esclareceu nossa dúvida.
Aproveitamos a oportunidade para fazer um pequeno manifesto.
Seguindo pela avenida que, ora contorna o rio Guaíba e ora é uma rua normal com casas dos dois lados, entramos numa rua perpendicular, por onde se via o rio ao fundo e as chaminés da Aracruz ao longe. Percebemos que muitas ruas acabam no rio mas não tem sua "prainha" bonita. Ficamos nos questionando por quê os moradores não tomavam a iniciativa de manter essa pequena área com a graminha cortada e limpa para tirarem mais proveito da beira do rio...
O lado negro de Guaíba. Duas torres...Último calçadão pelo qual passamos. Silvana não gosta de ser fotografada, tentou fugir quando viu que eu ia fotografá-la mais uma vez, mas fui mais rápida!
Que praia será lá no fundo? Lami? Itapuã? Ao começar a baixar essas fotos, uma das primeiras coisas que me chamou a atenção foi o fato de que na postagem sobre a ida a São Chico, na quarta, a cor predominante foi o verde e em Guaíba, a cor que predomina é o azul...
Na frente daquele quiosque que vimos quando chegamos na orla do rio Guaíba, encontramos um bar e resolvemos ver se tinha algo comível para uma vegetariana e uma vegana. Lugarzinho simpático, na beira do rio, apesar de ser do outro lado da rua mas podíamos ficar cuidando nossas bicis. Eu comi uma empada de palmito e tomei uma guaraná e a Sil comeu um potinho de açaí com granola e comprou um saquinho de batatas fritas que nem abrimos pois ficamos satisfeitas com o que havíamos pedido.
Isso me fez pensar em mais uma das muitas vantagens de andar de bicicleta: o combustível é bem mais barato. O meu abastecimento ficou por R$ 6,20! Foi tudo o que gastei para ir e voltar de Guaíba.
O Guaíba e as bicis.
No bar em que lanchamos nos foi recomendado voltar por Eldorado do Sul. Disseram que era mais perto não sendo necessário ir até o entroncamento por onde havíamos entrado. Não sei se foi mais perto mas, com certeza, o caminho é bem mais bonito e tranquilo. Pena que não temos ciclocomputador. Aliás, o meu que ficava na bici só para marcar as horas, caiu antes de pararmos para lanchar e um carro passou por cima... tadinho!
Obras da natureza encontradas pelo caminho. Saindo desta estrada entramos na BR, quase na ponte do rio Jacuí, e atravessamos de novo as quatro pontes sendo que a vista é diferente neste sentido, Guaíba-Porto Alegre. Eu adoro essa vista e costumo me emocionar quando venho do sul do estado. Pode ser bobagem mas adoro Porto Alegre, com todos seus defeitos.
E cada vez mais adoro andar de bicicleta por aí.
Foi um excelente passeio! Um santo feriado!
A intenção aqui era pegar o contraste destas casinhas na beira do rio, quase debaixo da ponte e a civilização ao fundo mas não ficou muito nítido.
Valeu, Sil!
Cadu, perdeste um passeio e tanto!
E queria deixar registrado também, meu apoio e votos de rápida recuperação para o Rodrigo, com quem pedalei até a Lomba Grande e Viamão, no mês passado e que foi atropelado quando andava de bicicleta pela zona sul, domingo passado.Um fiesta passou um sinal vermelho, bateu em um outro carro e pegou o Rodrigo em cheio. Fora a pancada forte, a clavícula quebrada e alguns pontos na cabeça, segundo ele, tá tudo bem. Espero que se recupere logo para podermos pedalar de novo!
Olá gurias....adorei as fots...
ResponderExcluirEu gostaria de perguntar lhes quantos km deu este passeio? E da próxima se quizerem parceria, podem me convidar que vou certo.Moro em Esteio e amo umas indiadas...pena que de cada 30 ciclistas na minha região, uma é mulher...(isso se tiver 30.
Um abração.
Meu email é juliana.decarvalho@hotmail.com